Às 8h06 da manhã no horário de Greenwich (5h06 no horário de Brasília) um asteroide de 4,4 km passou a apenas 7 milhões de km da Terra. Essa é 18 vezes a distância entre a Terra e a Lua.
“Nada tão grande quanto isso passou tão perto da Terra desde que começamos a acompanhar”, diz Paul Chodas, gerente do Center for Near-Earth Object Studies da NASA, que fica em Pasadena, na Califórnia. “Esse é o tipo de coisa que só acontece a cada 40 anos”, complementa ele.
Apenas 10 asteroides tão grandes quanto o Florence existem perto da Terra. A órbita do asteroide foi cuidadosamente mapeada e não há chances de encontros com a Terra por pelo menos algumas centenas de anos. Se este fosse o caso, porém, nós estaríamos em apuros, já que segundo cálculos dos cientistas, qualquer objeto com tamanho maior que 1km tem potencial para acabar com a civilização humana.
Florence foi descoberto pelo astrônomo Schelte Bobby bus em 1981 no observatório Siding Spring (Austrália). O asteroide dá uma volta ao redor do sol a cada 2,35 anos, com uma órbita elíptica, chegando a ficar 1AU perto do sol e 2,5 de distância máxima (1AU é o equivalente a distância média entre a Terra e o sol, ou cerca de 150 milhões de km).
Astrônomos também determinaram que Florence tem rotação rápida, completando uma volta a cada 2,4 horas. “Se a Terra girasse nessa velocidade, nós nos despedaçaríamos . O que acontece com frequência em asteroides que giram tão rápido é que eles adquirem o formato de bola de futebol americana”, explica Chodas.
No caso de Florence, seu formato é apenas fruto de dedução, já que não o conhecemos com certeza. Na verdade, ainda há muitas coisas sobre ele que não sabemos. Uma delas é seu tamanho detalhado: 4,4 km é apenas uma estimativa baseada em observações com ultravermelho do telescópio Spitzer Space, da NASA, e da missão NEOWISE.
Na passagem pela Terra desta sexta-feira, o Florence ficou oito vezes mais próximo do que já observado desde 1981. É claro que os astrônomos estão aproveitando a oportunidade para estudá-lo melhor. Observatórios como o Golstone Solar System Radar (Califórnia) e Arecibo Observatory (Puerto Rico) estão focados no Florence.
Essas novas imagens que estão sendo feitas neste momento devem revelar o tamanho e formato reais do asteroide. Outros telescópios ao redor do mundo também estão apontados para ele e podem coletar outros dados.
Chodas diz que a passagem de Florence pela Terra é como uma missão espacial para estudar um asteroide, com a comodidade de esperar o asteroide vir até nós ao invés de nós irmos até ele.
Não são apenas os astrônomos que estão se divertindo com a passagem de Florence. Entusiastas espaciais amadores que têm telescópios no quintal também podem aproveitar para conferi-lo. [Space.com]