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Estaria o suspeito de entregar documentos confidenciais dos EUA para o Wikileaks sendo torturado?

Durante os últimos cinco meses, Bradley Manning, do exército americano, passou 23 horas por dia em confinamento na prisão militar da Base dos Fuzileiros Navais em Quantico, Virgínia, EUA, como punição por supostamente entregar documentos secretos para o site Wikileaks.

Agora, Bradley terá de sair do confinamento para uma avaliação mental. Mesmo antes do exame, um médico já havia dito que o castigo era uma tortura cruel. Embora nenhuma data tenha sido definida para sua avaliação, o exército americano convocou um conselho especial para testar o seu estado mental.

O exército alega que Manning está sendo tratado humanamente, mas alguns cientistas vêem as condições privadas de vida como uma forma de tortura. Eles publicaram um artigo em agosto de 2010, na qual compararam a evidência médica do que o isolamento prolongado faz com as pessoas com análises clínicas de advogados especialistas na definição de tortura.

Os cientistas concluíram que o confinamento provoca danos psicológicos compatíveis com a tortura. A fim de ser juridicamente classificado como tortura, entretanto, a intenção deve ser comprovada. Para casos como o de Bradley, a intenção não é óbvia. Em vez disso, essa é normalmente referida como tratamento cruel, desumano e degradante.

A razão tipicamente dada para o uso confinamento em um caso como o de Bradley é que essa é a forma mais segura de lidar com certos detidos ou presos. Os cientistas discordam do argumento.

Eles acreditam que você pode manter alguém alojado no que tradicionalmente pode ser considerada uma configuração de segurança máxima, sem esses elementos de isolamento extremo e de privação sensorial. Ainda assim, o isolamento é usado em muitas prisões em vários países.

Os pesquisadores acreditam que as consequências de passar 23 horas por dia em uma cela muito pequena com luz natural limitada podem ser significativas, e levar à ansiedade, depressão, desorientação e, certamente, distúrbios do pensamento, incluindo pensamentos psicóticos.

Outros especialistas concordam que as consequências podem ser graves, e afirmam que elas dependem das circunstâncias e da pessoa.

Algumas pessoas vivenciam o “pânico de isolamento”, um ataque de pânico ou ansiedade severa depois de breves períodos de isolamento. Para outros, os efeitos a longo prazo do isolamento são mais problemáticos. Muitas pessoas começam a perder o sentido próprio, a capacidade de controlar seu estado emocional, tornam-se letárgicas e deprimidas, têm dificuldade de concentração, e começam a adaptar-se tão profundamente a viver sem nenhum contato que não ficam mais confortáveis em torno de pessoas no futuro. [LiveScience]

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