Este urso polar magro, de 16 anos, macho, foi encontrado recentemente a mais de 250 quilômetros de distância de sua área habitual. Especialistas acreditam que a falta de gelo no mar forçou o urso a adentrar em território desconhecido, pois procurava desesperadamente por comida – uma busca que chegou a uma conclusão sombria.
Os ursos polares se alimentam principalmente de focas e requerem o gelo do mar para capturar suas presas. Mas, no ano passado, o Ártico viu o menor nível de gelo marinho já registrado na região – um sério problema para os ursos.
O animal faminto, que foi descoberto no Ártico numa ilha arquipélago de Svalbard, parece ser uma vítima da falta de gelo no mar. De acordo com Ian Stirling, famoso especialista em ursos polares, a culpa é da mudança climática.
“A partir de sua posição deitada, a morte do urso parece simplesmente ter sido por fome”, disse Stirling. “Ele não tinha nenhum traço de qualquer gordura restante, tendo sido reduzido a pouco mais do que pele e osso”.
Além disso, o urso já havia sido examinado por cientistas do Instituto Polar Norueguês, em abril, na parte sul de Svalbard, e estava completamente saudável. A localização do urso, cerca de 250 km de distância de seu reduto regular, indica que ele provavelmente seguiu os fiordes interiores, uma vez que viajou para o norte – uma jornada bastante épica.
“A maioria dos canais e fiordes entre as ilhas em Svalbard não congelaram normalmente no inverno passado e as áreas potenciais conhecidas para caçar focas na primavera não parecem ter sido tão produtivas quanto em um inverno normal”, explicou Stirling. “Como resultado, o urso provavelmente foi à procura de alimento em outra área, mas parece ter sido vencido”.
Pesquisas já haviam mostrado que a perda de gelo marinho estava prejudicando a saúde, o sucesso reprodutivo e o tamanho da população dos ursos polares da Baía de Hudson, no Canadá, porque eles gastavam mais tempo em terra esperando o mar voltar a congelar.
Existem 19 populações de urso polar em torno do Ártico. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a maior rede de conservação do mundo profissional, só tem dados disponíveis para 12. Destas, oito estão diminuindo, três estão estáveis e uma está aumentando.
A IUCN estima que o aumento do degelo significa perda de entre um terço e metade dos ursos polares nas próximas três gerações, ou seja, em cerca de 45 anos. E os governos dos EUA e da Rússia disseram em março que o degelo mais rápido do que o esperado pode significar a perda de dois terços da população desses animais. [io9]