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Uau! Astrônomos encontraram uma estrela que parece ter apenas 33 anos

SN 1987A supernova

Impressão artística da Supernova 1987A usando dados reais que revelam regiões frias e interiores do resto da estrela que explodiu (em vermelho) onde enormes quantidades de gás e poeira foram detectadas e capturadas pelo ALMA. A região interior contrasta com o invólucro exterior (círculos azuis e esbranquiçados), em que a onda de choque da explosão se choca contra o invólucro de gás cuspido pela estrela antes da sua incrível detonação. Crédito: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/Alexandra Angelich (NRAO/AUI/NSF)

Pesquisadores observaram o que parece ser uma estrela de nêutrons nascendo logo após a detecção da primeira supernova em 1987, localizada na galáxia SN 1987A, satélite da nossa Via Láctea, a 170 mil anos-luz da Terra.

Os cientistas ainda não estavam certos se a estrela de nêutrons havia sobrevivido a poderosa explosão ou colapsado para formar um buraco negro. Mas um artigo científico recentemente publicado no The Astrophysical Journal indica que é possível que ela tenha sobrevivido.

Isso significa que a nova estrela de nêutrons é uma millenial (geração Y) que não tem mais de 33 anos.

Se a informação for confirmada ela será a mais jovem estrela de nêutrons que conhecemos, de acordo com o portal Astronomy. Por enquanto o remanescente de supernova mais nova que conhecemos é o Cassiopeia A, com 330 anos de idade, que fica a 11 mil anos-luz daqui, dentro da Via Láctea.

Ao analisarem imagens detalhadas feitas pelo telescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) no Chile, a equipe de pesquisadores foi capaz de observar de em detalhes o que restou após a supernova SN 1987A.

Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA). Crédito: Christoph Malin

A surpresa

Foi observada uma “bolha” de alta temperatura no interior da supernova, possivelmente uma nuvem de gás que envolve a estrela de nêutrons. A estrela seria muito diminuta, impossível de ser detectada diretamente, pois é demasiadamente pequena e densa. Sua massa corresponde a 1,4 vezes o nosso Sol mas compactada em uma bola comprimida de apenas 24 quilômetros de diâmetro.

“Ficamos muito surpresos ao ver essa bolha quente formada por uma espessa nuvem de poeira no remanescente da supernova”, afirmou Mikako Matsuura, da Universidade de Cardiff, que realizou a observação com o ALMA, em um informe.

Essa observação com dados do ALMA é apoiada por um novo estudo teórico publicado recentemente.

Confirmando uma teoria recente

“Tem que haver algo na nuvem que aqueça a poeira e que a faça brilhar. Por isso, sugerimos que exista uma estrela de nêutrons escondida dentro da nuvem de poeira “, incluiu Matsuura.

“Apesar da complexidade suprema de uma explosão de supernova e das condições extremas que reinam no interior de uma estrela de nêutrons, a detecção de uma nuvem quente de poeira é uma confirmação de várias previsões”, informou Dany Page, astrofísico da Universidad Nacional Autónoma de México, em uma declaração.

Os com modelos computacionais indicam que a estrela de nêutrons teria sido catapultada pelo espaço a centenas de km por segundo. A posição em que ela foi observada pela equipe do ALMA bate exatamente com as previsões dos modelos.

A estrela, em teoria, também deveria ser incrivelmente brilhante, principalmente por causa da alta temperatura hipotética de aproximadamente cinco milhões de graus Celsius.

É necessário esperar que o gás e a poeira que estão ao redor da estrela “assentem” para que sua existência seja finalmente confirmada.

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