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Estudo encontra maneira mais fácil de prevenir a tuberculose

Oficiais de saúde dos Estados Unidos dizem ter encontrado uma terapia muito mais simples para as pessoas em risco de desenvolver tuberculose, abordando uma importante barreira para prevenir o alastramento da doença: o estado de latência.

Durante o experimento, pacientes que tomaram uma combinação de duas drogas apenas 12 vezes durante três meses se saíram tão bem quanto aqueles que receberam o tratamento padrão de doses diárias, que somaram 270 aplicações no tempo pesquisado.

“Novas maneiras mais simples para prevenir a tuberculose são urgentemente necessárias, e esta descoberta representa um dos maiores desenvolvimentos no tratamento da doença em décadas”, avalia Thomas Frieden, diretor dos Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças.

O regime menos oneroso envolve tomar rifapentina, um antibiótico vendido pela empresa farmacêutica francesa Sanofi, sob a marca Priftin, juntamente com a isoniazida, um medicamento eficaz contra a tuberculose em uso desde 1950.

Os resultados do estudo podem marcar um grande avanço na prevenção da tuberculose. De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CCD) estadunidense, os maiores baneficiários serão os países com incidência de baixa a média. A tuberculose é altamente infecciosa.

Enquanto muitas pessoas acreditam que a tuberculose seja uma doença do passado, ainda são registrados mais de 8 milhões de novos casos ao ano no mundo todo. O Brasil apresenta aproximadamente 80 mil infecções anuais, sendo que 6 mil delas resultam em morte. Segundo o CCD-EUA, a doença continua sendo uma das principais causas de morte por infecção no mundo.

Em todo o mundo, a tuberculose mata cerca de 1,7 milhões de pessoas a cada ano, e o número de novos casos – cerca de 9,4 milhões – é maior do que em qualquer outro momento da história, segundo a Organização Mundial de Saúde.

O estudo recentemente finalizado teve a duração de 10 anos e coletou informações de mais de 8 mil pacientes com a infecção latente, ou seja, eles possuem a bactéria da tuberculose em seus corpos, mas não apresentam sintomas. Mais de 11 milhões de estadunidenses testam positivo para a tuberculose latente. Asiáticos, membros de outras minorias e indivíduos nascidos no exterior são desproporcionalmente mais afetados.

Entre 5% e 10% das pessoas com tuberculose latente desenvolvem a doença. Quem conta com um sistema imunológico enfraquecido é particularmente suscetível à doença.

No estudo, os pacientes com tuberculose latente receberam ou 900 miligramas de rifapentina e isoniazida uma vez por semana durante 12 semanas sob a supervisão de um médico ou a atual norma auto-administrada com 900 mg de isoniazida diariamente durante nove meses, num total de 270 doses.

Os cientistas descobriram que a nova terapia combinada é segura e tão eficaz quanto o esquema padrão na prevenção de novos casos de tuberculose. Na realidade, o novo método se obteve até melhores estatísticas: sete casos de tuberculoses ocorreram entre os que receberam o novo regime de tratamento, em comparação com 15 casos dentre aqueles em tratamento-padrão prolongado.

A novidade no tratamento vai além de sua eficácia e se mostra melhor em outro aspecto: a adesão do paciente, um problema crônico para os profissionais de saúde quando se trata da tuberculose. No estudo do CCD, 82% dos pacientes completaram o tratamento novo, mais curto, em comparação com uma taxa de conclusão de 69% para o regime normal de nove meses.

Ao tratar maneira eficaz a infecção latente, não só podemos reduzir as consequências potencialmente mortais entre os indivíduos, mas também podemos impedir que muitos outros sejam infectados.[Reuters]

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