É inegável que a humanidade, como um todo, está emitindo cada vez mais dióxido de carbono, o carro-chefe do efeito estufa e das mudanças climáticas em geral. Nem o mais utópico dos ambientalistas acredita que nós possamos, com o padrão industrial que alcançamos, deixar completamente de emitir carbono. Por essa razão, um estudo do Instituto Ambiental Max Planck, em Hamburgo (Alemanha) resolveu mensurar quanto podemos emitir para que o caos que alguns ambientalistas preveem não se concretize.
Eles descobriram que nenhuma mudança catastrófica vai ocorrer se a temperatura média do planeta subir mais 2° Fahrenheit. Baseando-se na temperatura média da Terra, esse aumento equivale a aproximadamente 1,1° C. O desafio, portanto, é garantir que as emissões não sejam volumosas o suficiente para que esse limite seja rompido.
Assim, foi estabelecido um modelo, que é basicamente uma simulação do futuro. Na estimativa, estão incluídos o volume de dióxido de carbono absorvido pelas florestas e oceanos, que trabalham para “refrescar” o planeta.
A área de observação do estudo abrangeu uma linha vertical de 400 km, desde o fundo dos oceanos, passando pela superfície terrestre e chegando à atmosfera.
De acordo com o modelo, os combustíveis fósseis são os maiores vilões. Eles alertam que o dióxido de carbono emitido dessa forma precisa ser reduzido a quase zero até o final do século, para cumprir a meta de estabilização. Segundo os cálculos, desde o início da Revolução Industrial, o dióxido de carbono fóssil aumentou 35%.
Segundo as projeções, as emissões de carbono vão aumentar de sete bilhões de toneladas em 2000 para 10 bilhões de toneladas em 2015. A partir daí, segundo o modelo, é proibido aumentar essa taxa ainda mais, sob pena de a situação fugir do controle. As emissões, então, terão de ser reduzidas em 56% até 2050, e chegar a zero no final do século, quando poucos dos habitantes atuais estarão vivos para conferir os efeitos (esperamos que não seja o estufa).
Com o cumprimento dessa meta, segundo eles, a temperatura na Terra não subirá mais do que dois graus Celsius até 2100, e outras medidas deverão ser tomadas para controlar o aquecimento a partir desse ponto. É bom começar a abrir o olho, porque 90 anos podem passar mais rápido do que imaginamos. [Daily Tech]