Cientistas americanos deliberadamente infectaram com sífilis prisioneiros e pacientes de um hospital psiquiátrico na Guatemala 60 anos atrás. É o que indica um experimento recentemente descoberto que levou autoridades dos EUA a pedir desculpas e declarar indignação com a “investigação tão reprovável”.
A descoberta traz à tona erros do passado em nome da ciência – como estudo Tuskegee entre as décadas de 30 e 70 nos Estados Unidos. Na ocasião, 399 afro-americanos sifílicos tiveram o quadro da doença acompanhado, mas sem tratamento algum. O caso da Guatemala agora descoberto pode complicar os estudos em curso no exterior, principalmente os que dependem da cooperação de alguns dos países mais pobres do mundo para combater e tratar difíceis doenças.
Segundo o diretor do Instituto Nacional da Saúde dos EUA, Francis Collins, a descoberta dá a todos os cientistas uma chance de cuidar mais de casos semelhantes. “Estamos muito preocupados com o que foi feito e devemos redobrar nossos esforços para ter certeza de que algo assim nunca aconteça novamente”, garante. [The New York Times]