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Experimento da física de U$ 8 bilhões não vai destruir o planeta

Apesar de ameaças de morte, temores e raiva de algumas pessoas pelo mundo, os cientistas do Grande Colisor de Hadrons, de U$ 8 bilhões, não recuam.

Experimento da física com colisor de partículas

O equipamento que se chama Large Hadron Collider em inglês, ou LHC, entrará em operação na próxima quarta-feira e será o acelerador de partículas mais poderoso do mundo, que promete responder muitas perguntas até hoje elusivas. Entre elas está a legendária partícula da natureza chamada de bóson de Higgs, uma partícula teorizada há muito tempo, mas nunca observada, que se pensa ser responsável por determinar a massa de cada coisa que existe. O colisor — que consiste em eletromagnetos que coletam 7 raios de prótons TeV que colidirão no túnel circular de27 km de comprimento — deverá descobrir muitos mistérios como as diferenças entre a matéria a antimatéria.

Apesar de muito potencial, muitas pessoas pelo mundo protestaram contra a construção do colossal equipamento, acreditando que ele destruirá o planeta. Muitos têm medo de que o colisor possa criar buracos negros que devorariam a Terra. Os criadores do LHC, alguns dos cientistas mais proeminentes do mundo, dizem que tais preocupações são infundadas e é resultado da falta de entendimento sobre o projeto.

De acordo com o professor Brian Cox, da Universidade de Manchester, a animosidade do público é tão severa que o físico Frank Wilczek, ganhador do Prêmio Novel e pesquisador do Massachusetts Institute of Technology, recebeu ameaças de morte. O professor Cox, que costuma ser calmo, diz irritado que “Qualquer um que pensa que o LHC irá destruir o mundo é um ‘idiota’”. (O professor usou, na realidade, um palavrão muito mais pesado.)

James Gillies, o gerente de relações públicas do LHC disse que recebeu ligações de pessoas que estavam literalmente chorando e pedindo para parar o projeto. Ele disse que “Eles me ligavam e diziam: ‘Eu estou preocupadíssimo. Por favor, me diga que meus filhos estão em segurança.’”

enquanto alguns simplesmente imploravam para James convencê-los que o mundo não acabaria quando o LHC fosse ligado, outros tomavam uma postura mais raivosa. Ele disse que “Há uma quantidade de pessoas que disse: ‘Você é mau e perigoso e irá destruir o mundo.’ Eu acabei ficando um pouco bravo… O que nós estamos fazendo é enriquecer a humanidade e não colocá-la em risco.”

Tem havido também numerosas tentativas legais de frustrar a construção, nenhuma delas obteve sucesso. Aqueles que prevêem o fim dos tempos argumentam que há uma pequena mas séria chance de que o LHC crie um cataclismo que possa acabar com o mundo. Desde 1994, quando o projeto foi visionado, lutaram contra ele. Os opositores inclusive citam livros de outros cientistas que apontam para o “juízo final”, enquanto os próprios autores afirmam que foram tirados de contexto.

Os cientistas explicaram pacientemente, muitas vezes, que as pesquisas mais recentes mostram que os raios cósmicos que atingem a Terra diariamente criam colisões de partículas muito mais poderosas do que o LHC poderá realizar. Dessa forma o perigo adicional do colisor é insignificante de acordo com estudos atualizados em 2003 pelo Grupo de Análises de Risco do LHC. Ele dispersa preocupações de que o reator possa criar um buraco negro mortal. O estudo conclui que “A natureza já conduziu o equivalente a cem mil programas experimentais LHC na Terra, e o planeta ainda existe.”

Enquanto o reator pode ser capaz de criar buracos negros, de acordo com os físicos, eles seriam minúsculos e não teriam capacidade de crescer. O estudo afirma que “Cada colisão de um par de prótons no LHC irá liberar uma quantidade de energia comparável ao de dois mosquitos colidindo, portanto qualquer buraco negro produzido seria muito menor do que aqueles conhecidos pelos astrofísicos.”

Além disse o LHC será incapaz de produzir strangelets (pequenos fragmentos de material estranha), baseados na informação experimental reunida pelo Brookhaven National Laboratory’s Relativistic Heavy-Ion Collider, em New York, EUA.

No entanto, apesar dos cientistas mais brilhantes do mundo estarem confiantes na segurança do sistema, e a mídia constantemente procurando acalmar as preocupações do público neste assunto, muitos ainda são evidentemente opostos ao projeto. [DailyTech, Boston]

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