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Fertilidade masculina caiu 32% em apenas 17 anos

Muitos casais que têm dificuldade em engravidar e vão a clínicas de fertilidade sequer suspeitam que o problema pode estar na qualidade do esperma do marido. Segundo estudo publicado recentemente por pesquisadores da França, a infertilidade masculina é um fenômeno que merece mais atenção do que tem recebido.

Ao analisar amostras de esperma coletadas de 26,6 mil voluntários, a equipe percebeu que a concentração de espermatozoides vem caindo continuamente nas últimas décadas, de 73,6 milhões/ml para 49,9 milhões/ml em média (uma queda de 32,2% de 1989 a 2005).

“A queda da concentração de sêmen mostrada em nosso estudo significa que a média de valores que temos em 2005 caiu abaixo do nível considerado ‘fértil’ pela Organização Mundial da Saúde”, destaca a pesquisadora Joelle Le Moal. Houve participantes que apresentaram valores ainda mais baixos. Por outro lado, o estudo também mostrou que a média de espermatozoides “ativos” subiu de 49,5% para 53,6%.

Os resultados, porém, não deixam de ser preocupantes, especialmente porque condizem com os de outros estudos. Alguns pesquisadores suspeitam que condições ambientais podem estar por trás do fenômeno – há substâncias químicas que atrapalham a produção de hormônios e, assim, prejudicam a produção de gametas. Se uma pessoa é exposta a essas condições ainda na infância, o impacto pode continuar até a vida adulta. Le Moal acrescenta que, em alguns casos, o problema pode ser passado para a geração seguinte, se provocar alterações genéticas.

“No Reino Unido esse problema nunca foi visto como prioridade de saúde, talvez por causa de dúvidas quanto à possibilidade de a ‘queda na contagem de espermatozoides’ ser real ou não. Agora, só pode haver poucas dúvidas quanto a isso, portanto é hora de agir”, aponta o professor Richard Sharpe, da Universidade de Edinburgo (Reino Unido).

Na França, cientistas estão planejando um programa nacional de monitoramento da qualidade do esperma de cidadãos.[The Telegraph]

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