A primeira geração de pessoas concebidas em inseminação artificial está chegando ao final da adolescência nos dias atuais. Quando esse procedimento começou, nos anos 80, muito se temia a respeito da educação dessas crianças. Como a medida era um impulso para que casais homossexuais pudessem ter filhos, havia um receio sobre como a situação familiar seria encarada pelas crianças.
Um estudo iniciado nos EUA, há 17 anos, começa a apresentar resultados agora. Eles acompanharam filhos de casais de lésbicas desde o nascimento, tomando nota do cotidiano e das relações sociais dos voluntários. Segundo os estudos, não há nenhuma evidência de que crescer em uma família heterossexual seja melhor para a educação dos jovens, ou vice-versa.
O estudo observou 77 famílias de mães lésbicas. Em linhas gerais, a conclusão foi que essas crianças foram mais competentes na escola, tinham menos problemas sociais, eram menos agressivos e mais disciplinados. Para fazer a comparação, foram usados questionários para os jovens (um formulado pelos pesquisadores e o outro é um teste padrão aplicado há décadas nos Estados Unidos), além de conversas com os pais.
Quando havia algum problema, de acordo com as mães, era devido à homofobia e preconceito que os demais colegas do filho demonstravam. Nesse caso, as crianças e adolescentes vítimas desse bullying mostraram sinais de ansiedade ou depressão.
Uma teoria interessante (porque o motivo ainda não é claro) para que os filhos de mães lésbicas sejam mais bem preparados psicologicamente é justamente o planejamento. Quando um casal de lésbicas decide adotar uma criança, geralmente já ponderaram longamente sobre a decisão, e estarão prontas para educar a criança de maneira adequada. Os filhos de heterossexuais, no entanto, às vezes nascem por acidentes, filhos de jovens totalmente despreparados para serem pais. [Reuters]