Com cerca de 5 centímetros de comprimento, o modelo é uma “formiga monstruosamente grande”, avalia Bruce Archibald, paleontólogo da Universidade Simon Fraser, da província da Colúmbia Britânica, no Canadá.
A descoberta foi relatada hoje, dia 3 de maio, na revista “Procedimentos da Sociedade Real B”. Apesar de fósseis de pedaços soltos de formigas gigantes com asas já terem sido encontrados antes nos Estados Unidos, este é o primeiro espécime conhecido de corpo inteiro.
O fóssil da formiga vem de um local bem conhecido em Wyoming, chamado de Formação do Rio Verde. Porém, o objeto estava guardado em uma gaveta do Museu de Natureza e Ciência de Denver, relata Archibald. Quando um curador mostrou-lhe o fóssil, diz Archibald, ele sabia que estava olhando para algo emocionante.
As formigas são insetos resistentes – algumas podem até mesmo se transformar em uma espécie de jangadas para sobreviver a inundações. Mas, após um olhar moderno para as formigas-monstro, Archibald e seus colegas chegaram à conclusão de que as Titanomyra lubei precisavam muito provavelmente de um clima ameno para viver, semelhantes ao das formigas gigantes (que não são tão gigantes assim) modernas.
Por exemplo, as D. wilverthi vivem na África equatorial enquanto outras formigas maior do que uma polegada (2,5 cm) estão distribuídas em áreas tropicais da América do Sul, do Sudeste Asiático e da Austrália.
Da mesma forma, antigos fósseis de formigas gigantes foram encontradas naEuropa em áreas que eram tropicais durante a primeira parte do Eoceno, épocaque durou de 56 a 34 milhões de anos atrás, numa altura em que os continentesestavam unidos eo nível do mar era baixa: “Você poderia ter andado de Vancouvera Londres em terra seca”, disse Archibald.
Outra descoberta feita pelos pesquisadores foi de que as formigas marcharam através do Ártico. No entanto, apesar de o planeta Terra apresentar temperatura mais altas do que hoje naquela época, o clima “temperado” do Ártico poderia ser frio demais para os insetos acostumados com o calor tropical que fazia na Europa.
A chave para a marcha das formigas, Archibald e seus colegas descobriram, foram os relativamente breves períodos em que a temperatura subiu o bastante para fazer do Ártico um lugar agradável. Esses períodos, que duraram entre 170 mil e 55 milhões de anos atrás, pode ter sido criados pelo lançamento excessivo de dióxido de carbono na atmosfera, provenientes de sedimentos.
Os períodos mais quentes teriam feitos os meses mais frios do inverno Ártico apresentarem uma média de 8 graus Celsius, uma temperatura com a qual as formigas tropicais sobreviveriam.
Os pesquisadores não têm certeza se as formigas começaram a jornada na Europa e se espalharam para a América do Norte ou o contrário. Torsten Wappler, paleoentomologista da Universidade de Bonn, Alemanha, que não esteve envolvido no estudo, está trabalhando para classificar as várias espécies de formigas gigantes antigas e descrever como eles viviam. Alguns fósseis preservam pedaços de órgãos, incluindo os ferrões, genitália e estômagos.
“Agora podemos comparar esta espécie norte-americana com a europeia”, planeja Wappler. A comparação deve dar pistas sobre a origem dos insetos gigantes. [LiveScience]