Uma fotografia que mostra um urso polar jovem descansando em um pequeno pedaço de gelo tem chamado a atenção para os habitats em declínio no Ártico. Esta imagem conquistou o principal prêmio na categoria Escolha do Público do Concurso de Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano, um evento organizado pelo Museu de História Natural de Londres.
A foto, capturada pelo fotógrafo amador Nima Sarikhani durante uma expedição de três dias perto do arquipélago de Svalbard, na Noruega, provocou reações intensas e emotivas. Sarikhani, em uma declaração, destacou o poder emocional da imagem, dizendo: “Esta fotografia despertou emoções fortes em muitos dos que a viram. Enquanto a mudança climática é o maior desafio que enfrentamos, espero que esta fotografia também inspire esperança; ainda há tempo para corrigir o caos que causamos.”
A foto ilustra de maneira impactante a ameaça iminente à vida selvagem do Ártico, uma situação que especialistas atribuem à emergência climática em escalada. O refúgio efêmero proporcionado pelo minúsculo iceberg para o urso simboliza os habitats árticos em rápida diminuição devido ao aquecimento global.
Dr. Douglas Gurr, diretor do Museu de História Natural, descreveu a imagem como um símbolo poderoso dos efeitos negativos do aquecimento global e da perda de habitats naturais.
O concurso recebeu mais de 50.000 inscrições, e a obra de Sarikhani emergiu vitoriosa por meio de um processo de votação pública de uma lista de 25 finalistas, recebendo um número recorde de 75.000 votos, segundo o museu.
O interesse pela fotografia de Sarikhani coincide com um momento crucial para a sobrevivência dos ursos polares. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) relata uma população selvagem remanescente de aproximadamente 22.000 ursos polares. Esses animais estão atualmente listados como vulneráveis, uma classificação menos crítica do que em perigo. O WWF aponta que esses animais estão lutando devido às mudanças climáticas relacionadas no Ártico, que está aquecendo quase o dobro da taxa média global.
Embora os Estados Unidos tenham implementado uma estratégia de conservação para esses ursos desde 2008, a eficácia dessas medidas permanece incerta, conforme observado pelo Dr. Flavio Lehner, o principal pesquisador climático da Polar Bears International.
“Os próximos 15 anos encerrarão o que a ONU definiu como a década crítica para agir sobre as mudanças climáticas”, comentou Lehner em um comunicado à imprensa de maio de 2023.
Além dos desafios impostos pelo aquecimento global, os ursos polares enfrentam outros perigos que incluem a redução de seu habitat natural e a diminuição da disponibilidade de alimentos. Como predadores no topo da cadeia alimentar no Ártico, os ursos polares dependem de uma cadeia alimentar saudável e de um ambiente estável para sobreviver e prosperar. A perda de gelo marinho, essencial para a caça e locomoção desses animais, tem um impacto direto em sua capacidade de encontrar alimento.
A situação dos ursos polares é um indicador preocupante das mudanças ambientais globais. Como espécies emblemáticas do Ártico, sua saúde e sobrevivência são um reflexo das condições mais amplas do ecossistema polar. Ações eficazes para combater as mudanças climáticas e preservar esses habitats são urgentemente necessárias para garantir a continuidade da vida selvagem ártica.
A imagem de Sarikhani não é apenas um retrato da luta pela sobrevivência dos ursos polares, mas também um lembrete poderoso da responsabilidade humana em proteger e preservar nosso planeta. Enquanto a comunidade global se esforça para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, cada ação conta na luta para salvar esses magníficos animais e o habitat em que vivem. [Science Alert]