Atualmente, 26 pequenas galáxias orbitam a Via Láctea. Pode parecer um grupo impressionante de leais seguidoras, mas os astrofísicos acreditam que nossa galáxia deveria ter um exército.
Essa expectativa é construída sobre o modelo predominantemente aceito de como a matéria escura ajuda a formar galáxias. Embora a composição dela seja desconhecida, cientistas especulam que a matéria escura deva pesar cinco vezes mais que a matéria comum.
Em simulações do início do universo, a força gravitacional de grupos frios de matéria escura teria levado os gases comuns do espaço a formar os primeiros componentes necessários para dar forma a uma galáxia.
A teoria funciona bem em grande escala, reproduzindo o padrão das galáxias e dos vácuos observados através do cosmos. Em escalas menores, contudo, as simulações mostram que ao redor de cada grande galáxia em espiral, grupos de matéria escura deveriam modelar milhares de galáxias anãs. Porque a Via Láctea só tem 26?
Uma explicação plausível para essa discrepância seria a matéria escura não ser fria nem pesada, mas um gás quente de partículas leves. Ou talvez a matéria escura nem exista. Se a força da gravidade mudasse, isso faria muito do que a matéria escura faz, mas sem demandar tantas galáxias anãs.
Uma ideia menos radical seria que os aglomerados de matéria escura realmente existem, mas que não podem ser vistos. Porém, essa teoria é complicada de checar com simulações, como afirma o astrofísico James Binney, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, já que tais checagens dependeriam da densidade local do gás, por exemplo. “Existem estruturas que estão além da checagem por qualquer experimento ou simulação”, explica o britânico.
Se a ideia estiver correta, tem uma implicação surpreendente: milhares de galáxias escuras estão em torno da Via Láctea; portanto, não são exatamente uma legião perdida, apenas invisível a nossos olhos. [NewScientist, Foto]