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Uma notícia um tanto quanto bizarra pegou muitos donos de gatos de surpresa recentemente. Na cidade de Portland, Estados Unidos, um gato de estimação com um “histórico de violência” atacou um bebê de 7 meses e ficou tão agressivo a ponto de sua família ter que se abrigar em um quarto, junto com o cachorro da casa, em busca de proteção. Apesar de ser um caso isolado, o episódio fez muita gente se questionar: os gatos domésticos podem representar uma grande ameaça à população humana?

De acordo com a polícia local, tudo começou quando Lux, o gato Himalaia preto e branco de 10 quilos, arranhou o bebê da família no rosto. Quando o pai da criança, Lee Palmer, agrediu o felino de 4 anos de idade nas costas em retaliação, o animal partiu para cima da família inteira, forçando todos a se refugiarem em um cômodo da casa.

“Ele é muito, muito, muito, muito hostil”, disse Palmer, em pânico, a um atendente da polícia durante a ligação que foi feita enquanto os membros da família se escondiam do bicho insano. Ao fundo do telefonema, era possível ouvir Lux gritando. Palmer ainda comentou que seu animal de estimação tinha um “histórico de violência”.

“É extremamente raro que um gato doméstico se comporte assim”, explica John Bradshaw, fundador do Instituto de Antrozoologia na Universidade de Bristol, no Reino Unido, e autor do livro “Cat Sense” (em tradução livre, “Senso Felino”). Com mais de 80 milhões de gatos de estimação apenas nos Estados Unidos (no Brasil são mais de 21 milhões, segundo dados de 2012, mas sua população cresce a 8% ao ano e deve ultrapassar a de cachorros em menos de dez anos), a natureza excepcional do caso sugere que Lux “tem um parafuso a menos”, acrescenta Bradshaw.

Gatos domésticos são sempre perigosos?

Se um gatinho não encontra um ser humano em um contexto amigável entre as idades de três semanas a dois meses, ele se torna mais suscetível a apresentar comportamentos agressivos. “Um gato selvagem encurralado pode te morder e te arranhar, mas não se trata de uma luta de vida ou morte – o objetivo do felino não vai ser acabar com você”, esclarece Bradshaw.

“Os gatos nunca são agressivos sem motivo”, acrescenta Sarah Ellis, especialista em comportamento de gatos na Universidade de Lincoln, Reino Unido. “É nosso dever proteger os gatos e fazer com que eles não sintam medo de nós, garantindo que eles tenham uma socialização precoce apropriada”, completa.

Na realidade, são as aves e os pequenos roedores que devem temer mais os instintos de caça dos gatos. E algumas raças são mais agressivas do que outras. “Por exemplo, os gatos-de-bengala – uma raça cruzada de gatos domésticos e gatos-leopardos da Ásia – têm a reputação de atacar gatos em casas vizinhas”, conta Bradshaw. Por outro lado, diz ele, gatos persas e siameses geralmente “se esqueceram” de como ser bons caçadores.

Normalmente, um gato arranha ou morde um ser humano que é muito persistente na tentativa de acariciá-lo. O gato ataca nestes casos porque ele pensa que está sendo ameaçado. Em vez disso, Bradshaw sugere que prestar atenção à linguagem corporal de um gato é geralmente a melhor maneira de evitar qualquer mal entendido – ou qualquer aranhão – com o felino.

Mas esta não foi a única vez que um gato ficou tão agressivo a ponto de ferir humanos. Em 2006, o caso do felino chamado Blackie chamou a atenção. Ele tinha um sério problema com homens em uniformes. Com 12 anos na época, o gato da cidadezinha de Ramstage, no Reino Unido, já havia atacado 13 pessoas, dentre carteiros, policiais e entregadores de comida. Sua dona, no entanto, garantia que o bichano era muito dócil em casa, com ela. Outro caso de gato com um parafuso a menos… [BBC News e Daily Mail]

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