Quanto mais as redes de supermercados aumentam e o comércio fica padronizado, o sabor do morango vai perdendo suas características marcantes. Se você estiver com saudade do verdadeiro gosto explosivo dessa fruta, tenha esperanças: pesquisadores afirmam que o genoma recém-sequenciado do morango da floresta, um parente da baga, pode ajudar a trazer de volta o sabor esquecido do morango.
O morango tornou-se uma cultura há relativamente pouco tempo, cerca de 250 anos atrás. O morango da floresta, Fragaria vesca, é encontrado em todo o hemisfério norte e já estava presente nos jardins quando os exploradores europeus começaram a encontrar outras variedades no Novo Mundo.
Em 1700, um espião francês trouxe para a Europa um morango chileno. No entanto, a chegada deste novo tipo produzia frutos pequenos. Quando cruzado com um morango trazido da América do Norte, produziu o que se tornou a variedade moderna. Esses híbridos surgiram em toda a Europa.
Segundo os cientistas, tradicionalmente, a cultura do morango é voltada para resistência a doenças, firmeza, tamanho e rendimento, e não para o sabor, doçura e outros atributos. Devido a esta tendência, a fruta se tornou mais aquosa e perdeu o sabor que algumas pessoas se lembram de suas infâncias.
O sabor característico e a experiência sensorial que os seres humanos associam ao morango é o resultado de várias substâncias produzidas na baga, bem como a sua acidez, teor de açúcar e cor. Desbloquear a sua base genética e ter acesso ao código genético do morango da floresta vai dizer aos pesquisadores o que está por trás desse composto que forma o gosto que as pessoas buscam.
Por exemplo, o metil antranilato que ocorre em morangos e uvas. Embora os consumidores gostem do sabor do morango com esse composto, sua presença continua a ser limitada em morangos cultivados.
Enquanto alguns morangos silvestres, como o morango da floresta, têm pequenos genomas, outros têm genomas mais complexos, incluindo o morango cultivado. Na verdade, segundo os pesquisadores, o morango cultivado está entre as plantas geneticamente mais complexas.
O genoma sequenciado pertencia a uma variedade do Havaí. Como ela tem apenas dois conjuntos de cromossomos (ou duas cópias de seus genes), é muito mais fácil de usar em estudos genéticos.
A sequência também tem relevância para outras plantas economicamente importantes, como pêssegos, amêndoas, maçãs, framboesas, amoras e outros membros da família a que pertence o morango. Os pesquisadores disseram que os genes dentro dessa família são bastante semelhantes. [LiveScience]