Um estudo feito entre os anos 1966 e 1973, o “Sydney Diet Heart Study”, concluiu que o consumo de ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) como o ômega-3 encontrado em peixes e o ômega-6, como o ácido linoleico, protegiam o coração.
Neste estudo, 458 homens com idade entre 30 e 59 anos, todos com um histórico de doenças cardíacas (a maioria sobrevivente de um ataque cardíaco), foram divididos em dois grupos.
O primeiro grupo devia consumir ácido linoleico numa quantia equivalente a 15% do consumo calórico, o que é mais ou menos o dobro do consumo normal atual. O consumo de ômega-3 não foi afetado, mas foi solicitado aos participantes que limitassem a ingestão de gordura saturada a menos de 10% da dieta.
O segundo grupo seguiu sua dieta normal. Aos dois grupos, foi pedido que mantivessem um registro diário do que estavam comendo, e que fizessem exames regulares.
Agora, uma nova pesquisa dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, dos EUA) fez uma reanálise dos dados do estudo original. Além de ter informações novas sobre os efeitos das gorduras poli-insaturadas, novas ferramentas de análise estatística foram usadas, e até dados que haviam sido originalmente deixados de fora foram incluídos na nova análise.
A conclusão foi que o grupo que consumia o ácido linoleico tinha o risco de morte aumentado, tanto de doenças cardíacas como outras condições.
Segundo os pesquisadores, o estudo tem que ser olhado com cuidado, e não serve de recomendação de dieta. Um dos motivos é que ele focou em um grupo específico de pessoas: homens de meia-idade com histórico de doenças cardíacas. Outro é que o procedimento usado foi aumentar o consumo do ácido linoleico além do recomendado pela Associação Americana do Coração (AAC) e em pelo menos o dobro do consumo normal. A AAC já apontou que não vai mudar suas recomendações de consumo de ômega-6.
De qualquer forma, o resultado da nova análise sugere que mais estudos devem ser feitos, com pessoas de outros grupos, para verificar se a conclusão se sustenta. [WebMD]