Em 1953, James D. Watson e Francis Crick, trabalhando com cristalografia de raio-X, descobriram que a estrutura do DNA, a molécula que armazena o código genético de todos os seres vivos, tinha a forma de uma dupla hélice, ou de uma espiral.
A cristalografia de raio-X é um processo no qual uma amostra é “iluminada” por raio-X, espalhando o mesmo. Através de uma análise matemática complexa do padrão de espalhamento do raio-X, chega-se à forma da molécula.
Hélice dupla de DNA é fotografada pela primeira vez
Agora, uma imagem dessa forma foi feita pela primeira vez, por Enzo di Fabrizio, no Instituto de Tecnologia Italiano em Gênova. Ele utilizou um método diferente, e fez uso de microscópios eletrônicos.
Primeiro foi criado um padrão com nanopilares extremamente repelentes a água. Nesta estrutura foi colocada uma solução com partes de DNA. A água da solução evaporou rapidamente, deixando fios de DNA esticados entre as nanocolunas, como uma corda bamba.
Para então criar a imagem da molécula, foi utilizado um feixe de elétrons passando por furos na base sobre a qual estavam os nanopilares. A imagem foi captada por um microscópio eletrônico.
Por enquanto, como os feixes de elétrons usados eram muito poderosos, podendo romper facilmente uma única molécula de DNA, a imagem que temos é de uma “corda” de DNA, composta de seis moléculas enroladas em torno de uma sétima molécula que funciona como núcleo.
Os pesquisadores pretendem utilizar detectores mais sensíveis, o que permitirá utilizar feixes de elétrons com menos energia, e assim fazer a imagem de uma única molécula.
Com este método, os pesquisadores também pretendem observar a molécula interagindo com outras moléculas, como o RNA. A pesquisa foi publicada no periódico NanoLetters. [MSNBC, NewScientist]