O sistema sofisticado que protege o nosso cérebro e faz com que ele funcione corretamente também torna mais difícil para os médicos tratar eventuais tumores que possam aparecer na região. Mas agora uma ‘técnica de ataque’ desenvolvida por especialistas pode permitir que os médicos tenham mais facilidade de contornar as defesas dos nossos organismos.
O método envolve raios de ultrasom para “abrir” a barreira de sangue do cérebro – essa estrutura, essencialmente, são os portões que protegem nosso cérebro de toxinas. Depois são usadas nanopartículas magnetizadas cobertas com um remédio para combater o câncer e um campo magnético, que é o guia dessas nanopartículas até o local exato do tumor.
Até agora os cientistas do Hospital Chang Gung Memorial, em Taiwan, testaram esse método apenas em ratos selecionados, que teriam propensão genética para o desenvolvimento de tumores no cérebro. Eles descobriram que, usando as ondas magnéticas, eles podem aumentar a quantidade de substância “anti-cancerígena” entregue diretamente no tumor, através das nanopartículas, em até 15 vezes.
Os ratos que foram submetidos aos novos métodos sobreviviam por 66% mais tempo do que seus colegas tratados de forma diferente.
Atualmente, tumores cerebrais são tratados através de craniotomias – o crânio é aberto e o tumor é cirurgicamente removido. Como o tumor não pode ser completamente removido na maioria das vezes, o cirurgião precisa emitir radiação e aplicar remédios diretamente no cérebro da pessoa depois da craniotomia. Mas o problema é que não é possível colocar remédios o suficiente na região sem danificar outras áreas do cérebro. Além da craniotomia em si já ser um procedimento muito invasivo e perigoso.
No novo método as nanopartículas são injetadas em veias que levam sangue ao cérebro. Depois elas eram guiadas através de campos magnéticos para o local onde o tumor é localizado e acompanhadas pelos médicos através de ressonâncias magnéticas. O processo é bem menos invasivo.
Segundo os pesquisadores os testes em humanos devem começar daqui a quatro ou cinco anos. [LiveScience]