Segundo uma nova pesquisa, quando você visita um outro país e não está conseguindo se comunicar, deve imitar o sotaque da pessoa com quem está falando. Os psicólogos afirmam que empregar as mesmas pronúncias ajuda as pessoas a compreenderem melhor e a serem compreendidas por quem está falando.
O estudo sugere uma tendência natural para imitar o sotaque do outro. Em especial, quando se fala com uma pessoa de sotaque muito forte, regional ou estrangeiro, a pessoa com um sotaque menos pronunciado adota o estilo e o tom do outro. No entanto, os pesquisadores alertam que as pessoas não devem exagerar no sotaque, dando uma impressão de comédia.
As descobertas podem explicar o famoso discurso do ex-gerente inglês Steve McClaren, que deu uma conferência de imprensa em inglês, mas com um forte sotaque holandês na gestão local. De acordo com a pesquisa, ele fez exatamente a coisa certa, não importa o quanto pareça ridículo para os outros.
Os pesquisadores realizaram uma série de experimentos com estudantes holandeses, colocando-os em situações de conversação com estranhos que adotaram uma variedade de sotaques.
Alguns falavam holandês com forte sotaque regional. Outros usariam um sotaque “inventado”, com um uso acentuado de vogais, que o tornou totalmente desconhecido. Os voluntários foram orientados a responder normalmente ou tentar imitar o sotaque que ouviram e, em seguida, entender o que estava sendo dito a eles.
Os pesquisadores descobriram que aqueles que imitaram o sotaque entenderam o que estava sendo dito a eles muito melhor do que os outros. Os cientistas acreditam que as pessoas, quando estão conversando entre si, tendem a conduzir o discurso em direção ao outro.
Além disso, as pessoas têm uma tendência a imitar uns aos outros na postura corporal, por exemplo, na maneira de cruzar os braços. Há uma tendência natural para suavizar a voz e movê-la, sutilmente, em direção a outra pessoa em uma conversa. Tudo isso melhora a comunicação.
Os pesquisadores ressaltam: não é legal usar um falso sotaque quando falar com alguém, porque a pessoa pode considerar que sua intenção não é amigável. Mas quando o seu cérebro, de modo sutil e inconscientemente, muda a sua voz para soar mais como a de seu interlocutor, a estratégia é útil. [Telegraph]