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Implante no cérebro faz homem paralisado falar através de computador

Erik Ramsey possui todas as suas faculdades intactas apesar de ter sido totalmente paralisado por um derrame, nove anos atrás. Hoje ele está aprendendo a falar novamente, através de um implante em seu cérebro que está conectado a um computador.

Philip Kennedy, da empresa Neural Signals (EUA), implantou em 2004 um eletrodo no cérebro de Erik no córtex responsável pela fala e movimentos. A esperança é que o sinal vindo do cérebro de Erik pudesse ser usado para restaurar sua fala.

O trabalho mais difícil seria interpretar esses sinais. Mas Frank Guenther, da Universidade de Boston, nos EUA, estava trabalhando no mesmo problema, mas com outra abordagem. Ele estava estudando a atividade neural para descobrir como os sinais cerebrais controlam a posição dos lábios, língua, maxilar e laringe para produzir os sons básicos.

Frank e sua equipe desenvolveram um programa de computador que reconhece e traduz os padrões de atividade cerebral durante a fala.

Aprendizado rápido

Quando se juntou ao Philip foi possível usar seu software para interpretar os sinais vindos do eletrodo de Erik e trabalhar na forma do trato vocal que ele estava tentando criar. Essa informação é transferida para um sintetizador vocal que produz o som correspondente. Continua…

O software agora está traduzindo em tempo real os pensamentos de Erik em sons. Assim é possível ouvir sua “voz” logo que ele faz um som, ignorando a área de seu cérebro que foi danificada.

Isso dá uma resposta imediata a Erik de sua pronúncia, o que permite que ele rapidamente possa afiar suas habilidades de fala da mesma maneira que as crianças fazem quando estão aprendendo a falar. Inicialmente, quando é solicitado que ele pronuncie uma vogal como “i” ou “o”, ele acerta o som cerca de 45% das vezes. No curso de algumas semanas sua precisão subiu para 80%.

No futuro, Frank diz, que o objetivo é dar a Erik a habilidade de falar palavras completas com fluência, mas isto irá necessitar de melhoras no software e hardware.

“No momento Erik está controlando duas dimensões para criar vogais”, disse Frank. “Mas para consoantes ele precisará de sete dimensões: três controlam o movimento da língua, duas para os lábios e uma para cada altura da mandíbula e laringe.”

Frank apresentou seus últimos resultados em 3 de julho, na conferência Acoustics’08, em Paris. [NewScientistTech]

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