De acordo com diversos climatologistas, as ondas de calor, secas e incêndios florestais na Rússia não são sinais do aquecimento global.
Ainda assim, as evidências sugerem que o aquecimento global está desempenhando um papel nesses desastres naturais. Segundo os investigadores, a maneira certa de pensar no papel do aquecimento global é que ele piora situações que ocorreriam de qualquer forma, tornando as secas são mais intensas, mais duradouras e, assim, elevando o risco de incêndios.
Alguns especialistas, em contrapartida, dizem que a recente onda de condições meteorológicas extremas na Rússia, juntamente com outras catástrofes naturais, como as recentes inundações no Paquistão e a onda de calor na França em 2003, são todos sinais do aquecimento global.
Já os climatologistas acreditam que a interpretação correta do clima hoje é que tudo tem um componente de variabilidade natural, e o aquecimento global é um deles. Segundo eles, não dá para atribuir ao homem cada mudança climática que ocorre. Mas o fato de que os eventos estão ocorrendo com mais freqüência pode significar que foram causados por nós. Segundo ecologistas, chegamos a um ponto em que podemos detectar o aquecimento global nas estatísticas, mas não em eventos isolados.
Com as alterações climáticas, vai se tornar mais comum ocorrer um evento meteorológico extremo, mas ele acontecer por acaso sempre será possível, independentemente do aquecimento global.
O número de recordes de dias de calor, por exemplo, já está superando o número de recordes de dias frios. É o dobro do que seria na ausência de alterações climáticas.
A onda de calor russa foi, segundo algumas estimativas, um evento que aconteceria uma vez em mil anos, só que com o aquecimento global pode se tornar um evento que aconteça a cada 10 anos. Mas quando os pesquisadores tentam ligar os eventos ao aquecimento global, é muito complicado estabelecer os elo, e mais difícil ainda quantificá-los. Portanto, ainda são necessários mais estudos para perceber o real papel do aquecimento global nos desastres naturais. [LiveScience]