Trocar os laticínios comuns por produtos com baixo teor de gordura na alimentação das crianças as ajuda a consumir menos alimentos saturados, mas não as faz perder peso. Cientistas australianos verificaram que nem o peso, nem o índice de massa corporal (IMC) de 145 crianças, com idade entre quatro e 13 anos, mudou depois de seis meses de substituição. Além disso, elas acabaram compensando a alimentação consumindo calorias de outras fontes.
As crianças que participaram do estudo foram divididas em dois grupos. O primeiro substituiu os produtos por variedades com menos gorduras e o outro manteve seus hábitos alimentares. Ambos consumiram as mesmas quantidades de laticínios e a quantidade de calorias foi similar durante os seis meses do estudo.
Elas foram entrevistadas por enfermeiras, junto com seus pais, sobre seus hábitos alimentares no início da pesquisa, no terceiro e no sexto mês. Também foi feito um acompanhamento com exames de sangue, medição do IMC e da circunferência da cintura dos participantes.
O grupo que mudou a dieta consumiu menos gordura. No final do estudo, 13,3% das calorias consumidas por eles vinham das gorduras saturadas, enquanto no outro grupo, o índice foi de 16,6%. A taxa de colesterol do primeiro grupo teve uma leve queda, mas não houve mudanças significativas no IMC ou na medida da cintura.
Segundo o representante do Conselho Nacional de Laticínios dos EUA, Greg Miller, o resultado está de acordo com outros estudos que mostram que o consumo de leite tem pouca ou nenhuma influência positiva na composição corporal de crianças. “Muitos pesquisadores defendem o consumo de produtos com baixo teor de gordura para reduzir peso”, disse ele, mas a pesquisa mostra que as crianças compensaram as calorias com outros alimentos. “Não adianta analisar só os laticínios”, diz Miller.
Para o professor de nutrição pediátrica da Universidade do Alabama, EUA, Frank Franklin, a vantagem é que esta dieta ajuda a prevenir doenças cardíacas. “É seguro fazer esta troca, pois este produtos têm teor mais baixo de colesterol e as mesmas quantidades de cálcio e vitamina D”, diz.
Para não correr o risco de atrapalhar o desenvolvimento das crianças, o melhor é procurar um médico e pedir orientações sobre a melhor dieta. [MSNBC]