Cientistas dizem que 80% da luz do universo está desaparecida

Por , em 13.07.2014

De acordo com observações feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, 80% da luz do universo está desaparecida.

Os astrônomos estão completamente perplexos. “Nós ainda não sabemos ao certo o que isso significa, mas pelo menos uma coisa que pensávamos que sabíamos sobre o universo não é verdade”, diz um dos autores do novo estudo, David Weinberg, da Universidade Estadual de Ohio (EUA).

O telescópio mostrou que os fios de hidrogênio que formam pontes entre as galáxias estão se iluminando muito, mas não podemos ver nem essa luz, nem a fontes de onde ela provém.

Quando estes átomos de hidrogênio são atingidos por luz ultravioleta altamente energética, são transformados de eletricamente neutros em carregados com íons.

Os astrônomos ficaram surpresos quando descobriram muito mais íons de hidrogênio do que poderia ser explicado pela luz ultravioleta conhecida no universo, que vem principalmente de quasares.

A diferença é de deslumbrantes 400%.

Os astrofísicos não sabem o que é responsável pelos efeitos observados. Eles só sabem que isso não corresponde a nossa compreensão do hidrogênio no universo, muito menos se encaixa com nossas simulações atuais.

O mistério fica ainda mais estranho quando comparamos esses resultados no universo próximo e distante: esse descompasso só aparece nas partes do espaço mais perto de nós, o chamado universo próximo, relativamente bem estudado.

Quando telescópios se concentram em galáxias a bilhões de anos-luz de distância (o que mostra aos astrônomos o que estava acontecendo quando o universo era jovem), a conta parece se equilibrar.

O fato de que a contabilidade de luz necessária para ionizar o hidrogênio era correta no início do universo, mas cai muito no “presente”, intriga os cientistas.

“Se contarmos as fontes conhecidas de fótons ionizantes, temos até cinco vezes menos do que precisamos. Faltam 80% dos fótons ionizantes”, diz outro coautor do estudo, da Universidade de Colorado (EUA), Benjamin Oppenheimer.

A questão é: onde eles estão? De onde estão vindo, que não os estamos encontrando? “A possibilidade mais fascinante é que uma nova fonte exótica, que não quasares ou galáxias, é responsável pelos fótons que faltam”, sugere.

Esta matéria exótica pode inclusive ser a misteriosa matéria escura, substância que mantém as galáxias juntas, mas que nunca foi vista diretamente. A luz faltando pode ser um produto desta matéria escura deteriorando ao longo do tempo. [Gizmodo]

1 comentário

  • Jean Carvalho:

    É impressão minha, ou a dispersão desta luz, cuja concentração era maior no “início do universo conhecido”, vai mesmo de encontro à teoria do “Big-bang”??

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