Nada é como parece, especialmente se estiver em sua visão periférica. De acordo com um novo estudo da Universidade de Amsterdã, na Holanda, a nossa visão periférica, a parte fora do centro e foco do nosso olhar, pode muitas vezes ser apenas uma ilusão de ótica.
Em uma tentativa de explicar o que nosso campo de visão não pode ver perfeitamente, os pesquisadores acreditam que nosso cérebro essencialmente “preenche” os espaços em branco para nos dar uma imagem completa.
“Talvez nosso cérebro complete o que vemos quando o estímulo físico não é suficientemente rico”, explicou a autora principal do estudo, Marte Otten, da Universidade de Amsterdã. “O cérebro representa a visão periférica com menos detalhes, e essas representações se degradam mais rápido do que a visão central. Portanto, esperávamos que a visão periférica fosse muito suscetível a experiências visuais ilusórias, para muitos estímulos e grandes partes do campo visual”.
Faça o teste
O estudo reuniu uma amostra pequena de 20 participantes. Eles viram uma série de imagens modeladas, variando em forma, orientação, iluminação, sombra e movimento.
Na periferia da imagem, as imagens diferentes gradualmente desapareciam. Você pode fazer o teste no vídeo abaixo. Basta olhar para o ponto amarelo piscando e observar como todas as formas, mesmo distintas, logo parecem uniformes.
Os cientistas pediram aos participantes que olhassem para o centro da tela e clicassem em um mouse de computador assim que a diferença entre a imagem central e a imagem periférica desaparecesse, tornando toda a cena constante.
Os resultados mostraram que todos viram uma imagem uniforme, quando o centro e a periferia da imagem eram na verdade diferentes.
Mecanismo de percepção
No geral, os cientistas concluíram que, sob as circunstâncias corretas, uma grande parte da periferia da nossa visão pode se tornar uma ilusão.
“Este efeito parece manter-se para muitas características visuais básicas, indicando que este preenchimento é um mecanismo de percepção geral e fundamental”, completa Otten.
O estudo foi publicado na revista Psychological Science. [IFLS]