O universo dos discos rígidos (HD) presenciou um novo recorde na última semana. A empresa tecnológica Seagate, sediada em Scotts Valley (Califórnia, EUA), lançou o primeiro HD que supera a marca de 1 terabit (o equivalente a mil gigabytes, ou um trilhão de bytes) por cada polegada quadrada. Este novo padrão marca a possibilidade de dobrar a capacidade máxima atual dos HDs ainda nesta década.
A quantidade de dados que caberão em um único HD de tamanho padrão de 3,5 polegadas (o equivalente a quase 9 centímetros) quadradas pode ser elevado a até 60 terabytes nos próximos anos. Com isso, o número de bits comportados em uma única polegada quadrada é superior a 17 trilhões, número maior do que a quantidade de estrelas na Via Láctea (estimado entre “apenas” 200 a 400 bilhões).
A marca histórica foi alcançada pela empresa graças a um novo método de armazenamento de dados: Gravação Magnética Assistida por Aquecimento (HAMR, na sigla em inglês).
A tecnologia HAMR, originalmente demonstrada pela Fujitsu em 2006, acrescenta um laser à cabeça do disco rígido. Ela funciona normalmente, mas sempre que grava dados, o laser é ligado. A leitura de dados é feita da maneira convencional.
O raio laser aquece o HD em um período de tempo mais curto. Isso amplifica o campo magnético do material durante a gravação, e permite que os dados sejam registrados em espaços mais estreitos, economizando espaço.
Só para você entender o quão pequenos mesmo os bits magnéticos são em uma unidade HAMR, um terabyte a cada polegada quadrada equivale a dois milhões de bytes a cada polegada linear, em outras palavras, cada um tem apenas 12,7 nanômetros de comprimento – ou cerca de uma dúzia de átomos.
Os cientistas explicam que a utilização do HAMR para gravação ainda não foi explorada ao máximo, por isso é possível ampliar ainda mais essa capacidade em um futuro próximo. [Seagate, Foto]