Segundo um novo estudo, colocar o coração sob forte pressão por longos períodos de tempo provoca cicatrizes no músculo do órgão, condição conhecida como fibrose.
Este dano é normalmente revertido dentro de uma semana de um evento. No entanto, pesquisadores que seguiram 40 atletas australianos de elite descobriram “danos mais permanentes” em cinco deles.
Os danos foram no ventrículo direito, uma das quatro câmaras do coração, e foram descobertos através de ressonância magnética. Os cientistas não encontraram danos no ventrículo esquerdo.
A fibrose pode prejudicar o quão bem o coração funciona quando uma pessoa está se exercitando intensamente. Também pode levar a batimentos cardíacos irregulares, chamados arritmias. Arritmias graves podem ser fatais.
“É provável que a condição afete apenas uma minoria dos atletas, principalmente os quais o treino mais intenso não resulta em melhorias no seu desempenho”, disse o Dr. André La Gerche.
Ele observou que os cinco atletas da pesquisa que tinham danos de longo prazo treinavam e competiam por mais tempo do que os outros. “Os resultados não significam que o exercício intenso é insalubre”, explica.
“Acredito que o exercício de resistência extrema, provavelmente, não causa danos ao coração, em alguns atletas”, disse o professor Sanjay Sharma. “Mas eu não acho que o corpo humano é projetado para se exercitar em pleno esforço 11 horas por dia, assim danos ao coração não são implausíveis”, comenta.
Os pesquisadores dizem que é muito cedo para dizer que a participação em esportes de resistência provoca danos a longo prazo para o ventrículo direito, mas o estudo é uma indicação de que o exercício intenso pode causar problema em alguns atletas com predisposição e, portanto, o assunto deve ser mais estudado.[Telegraph]