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Mary Leakey: Google homenageia arqueóloga que descobriu diversos fósseis ancestrais humanos

Mary Leakey foi uma arqueóloga e antropóloga britânica, e uma das mais renomadas caçadoras dos primeiros fósseis humanos do mundo, creditada com muitas descobertas que mudaram a forma como os cientistas entendem a evolução humana.

Juntamente com o seu marido, Louis Leakey, ela é considerada uma das mais proeminentes contribuidoras do campo das origens humanas. Seus trabalhos esclareceram alguns dos mistérios de nossa história e antepassados, ajudando a formar uma linha do tempo do conhecimento humano.

Uma pessoa como essa certamente merece uma homenagem, e foi exatamente o que o Google fez: no seu aniversário de 100 anos, o Doodle de hoje retrata Mary Leaky, que aparece ao lado de dois dálmatas, seus amados cães que a acompanhavam a muitos locais de escavação.

Biografia

Nascida Mary Douglas Nicol em 6 de fevereiro de 1913, ela passou a infância viajando por toda a Europa. Durante suas viagens, ela foi exposta a diversos sítios pré-históricos, como as grutas de Pech Merl em Dordonha (França), que a influenciaram a planejar uma carreira em geologia e arqueologia, o que não era comum para uma mulher na época.

Na adolescência, demonstrou habilidades artísticas, trabalhando como ilustradora na Inglaterra aos 17 anos. Por dois anos, trabalhou ilustrando o progresso arqueológico de escavações.

Mary teve uma vida escolar conturbada. Foi expulsa de uma escola católica por se recusar a recitar poesia, e depois expulsa de um segundo convento por causar uma explosão em um laboratório de química. Sua mãe então tentou contratar dois tutores, que não foram mais bem sucedidos do que as freiras.

Os interesses de Mary eram apenas em arqueologia, e admissão universitária formal era impossível com seu registro acadêmico. Sua mãe chegou a contatar um professor na Universidade de Oxford (Inglaterra) sobre possível admissão, e após ser informada de que não deveria nem perder tempo se inscrevendo, Mary não teve mais contato com a universidade até que recebeu da instituição um título honorário de doutorado em 1951.

Assim, a pequena família mudou-se para Kensington, onde ela pode participar de palestras não registradas em arqueologia e assuntos relacionados da Universidade College London e do Museu de Londres.

Ela se candidatou a uma série de escavações, por exemplo, em Hembury, um site neolítico, no qual ela treinou sob a tutela de Dorothy Liddell por quatro anos.

Mary tinha um interesse especial na Idade da Pedra, pela qual fez ilustrações de ferramentas e outros artefatos para especialistas. Em 1937, ela se casou com Louis Leakey, que ela conheceu através de um pedido para ilustrar um texto seu.

Mary e Louis examinando fóssil de Zinjanthropus boisei

Em 1948, Maria encontrou o primeiro fóssil verdadeiramente importante de sua carreira como arqueóloga, o Proconsul africanus. O fóssil consistia de metade do crânio, as maxilas superior e inferior, e todos os dentes.

Mary Leaky faleceu em 9 de dezembro de 1996, com 83 anos.

Contribuições ao conhecimento humano

A primeira grande descoberta de Mary revelou um símio extinto, que se acredita ser um ancestral muito antigo dos seres humanos. O gênero Proconsul de primatas hoje tem quatro espécies conhecidas.

Em 1959, Mary descobriu um crânio de hominídeo, que ela reconstruiu a partir de centenas de fragmentos, e seu marido chamou de Zinjanthropus Bosei (mais tarde reclassificado para Australopithecus boisei).

O fóssil mostrou pela primeira vez a grande antiguidade dos hominídeos na África. Australopithecus bosei foi datado com 1,75 milhão de anos, e mudou radicalmente o conceito da linha do tempo da evolução humana. A descoberta de Mary foi importante, na medida em que chamou a atenção e financiamento da Sociedade Nacional de Geografia nos EUA, garantindo a continuação de sua investigação.

Em 1961, Mary encontrou restos de um grande hominídeo com cérebro que viveu ao mesmo tempo que o Australopithecus, mas pertencente ao gênero Homo, chamado de Homo habilis, o primeiro que usava ferramentas.

Após a morte de seu marido Louis, em 1972, Mary viveu o momento mais emocionante de sua carreira, nos anos de 1976 e 1977.

Cerca de 48 quilômetros ao sul da Garganta de Olduvai (leste da África) em um local chamado Laetoli (Tanzânia), Mary e sua equipe encontraram pegadas de hominídeos surpreendentemente bem preservadas em camas vulcânicas. As pegadas pareciam combinar com os fósseis encontrados na mesma área, que pertenciam à espécie Australopithecus afarensis (2,9 a 3,5 milhões de anos atrás). A descoberta provou além de qualquer dúvida razoável que os extintos australopitecos andavam eretos.

Mary e sua equipe em Garganta de Olduvai

Durante este mesmo período de tempo, Mary e sua equipe também encontraram restos de 25 hominídeos ancestrais e um conjunto de 15 novas espécies de animais, uma das mais abundantes descobertas de fósseis da história.

Mary continuou interessada e contribuindo para o campo da paleontologia bem além de sua aposentadoria. [Wikipedia, LeakeyFoundation, Mirror]

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