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Medicina regenerativa: o coração pode consertar a si mesmo

Há alguns anos, isso poderia parecer ficção científica, mas cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) deram um jeito de fazer o coração se reparar sozinho. E o melhor: eles desenvolveram, ao mesmo tempo, dois métodos para isso: um transforma outras células estruturais do corpo em tecido do coração. No outro, restaurando a capacidade dos mamíferos, perdida há milhares de anos, para regenerar o tecido cardíaco, da mesma forma que anfíbios regeneram membros perdidos.

O objetivo é auxiliar pacientes que sofrem de insuficiência cardíaca, quando o coração não consegue mais atender as capacidades circulatórias do organismo. A primeira descoberta consistiu em reprogramar os fibroblastos, células cardíacas que não têm a capacidade do movimento involuntário, ou seja, o coração não bate com estas células. A partir de uma reconfiguração genética, utilizando células embrionárias, eles fizeram as mudanças necessárias nos fibroblastos. O teste foi feito em ratos. Ao adicionar os genes embrionários das novas células nos tecidos cardíacos dos camundongos, Estas novas células começaram a fazer parte do tecido com o qual o coração bate, menos de um dia depois da experiência.

No outro projeto, os cientistas comparam anfíbios e mamíferos: se eles podem regenerar seus tecidos naturalmente, por que nós não podemos? Buscando responder a essa pergunta, eles imaginaram que o mamífero perdeu essa capacidade, ao longo do tempo, porque esse processo de regeneração poderia causar a reprodução desenfreada das células do local, levando a um possível câncer. Assim, essa habilidade se perdeu.

Para solucionar esse problema, descobriram que existe um par de genes – retinoblastoma, ou Rb, e outro conhecido como IRA – que estão envolvidos na supressão do eventual tumor. Assim, eles aplicaram estes genes nas células do coração dos camundongos, que começaram a crescer e se dividir, substituindo o tecido velho e danificado.

É claro que ambos os procedimentos ainda estão longe de serem aplicados em humanos. Antes disso, ainda passarão por uma série de testes em animais. Ainda assim, parece ser uma esperança médica para os mais de 20 milhões de pacientes, pelo mundo, que padecem com insuficiência cardíaca. [PopSci]

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