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Médicos podem prescrever remédios sem saber dos efeitos colaterais

É comum que laboratórios e revendedores organizem eventos para apresentar seus medicamentos a profissionais da saúde e, embora seja de se esperar que enfoquem os benefícios trazidos por seus produtos, existem casos em que possíveis efeitos colaterais sequer são mencionados.

Esse fenômeno foi analisado por um grupo de pesquisadores de diversos países, que entrevistou médicos de Vancouver e Montreal (ambos no Canadá), Sacramento (EUA) e Tolouse (França). Os 255 participantes responderam a um questionário sobre encontros (1.692 no total) que tiveram com representantes de vendas de medicamentos entre maio de 2009 e junho de 2010.

De acordo com os participantes, em 59% dos casos o representante de vendas não mencionou qualquer efeito colateral (em Montreal e Vancouver, foram 66% dos casos). Apenas em 6% das apresentações foram mencionados efeitos colaterais “graves”. Esses números tanto podem indicar uma ausência de tais efeitos no medicamento em questão, como uma tentativa de escondê-los.

Além disso, cerca de dois terços dos entrevistados afirmaram que as apresentações feitas por representantes de vendas aumentam as chances de prescreverem os medicamentos.

Que regras e normas norteiam essas apresentações? Na França e nos Estados Unidos, autoridades governamentais as supervisionam; no Canadá, isso é feito por representantes de laboratórios farmacêuticos de pesquisa. A julgar pelos resultados do estudo (publicados no periódico Journal of General Internal Medicine), pode ser necessário rever as regras ou reforçar essa supervisão.[Medical Xpress, Journal of General Internal Medicine]

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