Um minúsculo chip chamado micro-comb poderá substituir um dia a infra-estrutura de Internet atual para chegar a níveis impensáveis de velocidade de transmissão, levando a milhões de pessoas uma enorme quantidade de dados ao mesmo tempo, mesmo naqueles horários de pico de utilização.
A tecnologia foi testada recentemente e mostrou taxas de transmissão dados surpreendentes de 44,2 terabits por segundo, com origem em uma única fonte de luz.
Os chips micro-comb já existem há cerca de dez anos mas, com a crescente pressão para a criação de super vias de dados, a tecnologia agora se mostra promissora o suficiente para acelerar o desenvolvimento da internet a outros patamares.
“É realmente emocionante ver a capacidade em telecomunicações de fibra ótica com largura de banda ultra alta se concretizando”, afirmou David Moss, que dirige o Centro de Ciências Ópticas da Universidade de Swinburne, Austrália.
“Este trabalho representa um recorde mundial de largura de banda em uma única fibra ótica com um chip de fonte única e representa um enorme avanço…”.
Os engenheiros da Monash University, Swinburne University e RMIT na Austrália, disseram que um grande benefício do chip é a capacidade de aproveitar ao máximo da infraestrutura já existente para atender as demandas que podemos esperar nas próximas décadas.
Para garantir que o dispositivo fosse robusto e sua teoria fosse sólida, os engenheiros conectaram um protótipo a mais de 76 quilômetros de fibra óptica que conecta dois campus da universidade de Melbourne.
Os pesquisadores maximizaram a quantidade de dados para cada canal alcançando a velocidade máxima potencial de 44,2 terabits por segundo. Sob condições ideais, com o sistema certo, isso teoricamente pode levar ao download de mil filmes em um único segundo, em alta definição.
“[Além do Netflix,] esses dados podem ser usados para carros autônomos e transporte futuro e podem ajudar as indústrias da medicina, educação, finanças e comércio eletrônico, além de nos permitir ler com nossos netos a quilômetros de distância”, disse Bill Corcoran, engenheiro de sistemas da Universidade Monash.
Talvez em poucos anos possamos aposentar os transmissores atuais que enviam dados a poucas centenas de gigabits por segundo.
O estudo foi publicado na Nature Communications. [Science Alert]