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O mistério da baleia encontrada na Ilha de Marajó

O gerador de probabilidade infinita do universo parece estar ligado. Na última sexta-feira, uma baleia jubarte foi encontrada morta nos manguezais da Ilha de Marajó. Pela foto, parece que o animal está bem no meio da floresta, o que torna tudo ainda mais estranho. Como ele foi parar lá? Como morreu? O que o universo quis dizer com isso? Aos poucos, porém, o mistério vai sendo resolvido e, mais uma vez, algo que aparentemente é inexplicável, tem sim suas explicações científicas e plausíveis.

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Embora pareça que está no meio do matagal fechado, o mamífero foi encontrado a cerca de 15 metros da costa oceânica. Uma equipe de biólogos do Instituto Bicho D’água postou fotos da baleia no Instagram. Segundo eles, tratava-se de um filhote de 12 meses de idade, com cerca de 11 metros.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a oceanógrafa Maura Elisabeth Moraes de Sousa, do Instituto Bicho D’Água, afirma que, provavelmente, o animal foi parar na ilha devido às altas amplitudes das marés na região. “As macro marés comuns na costa Norte do Brasil tornam compreensível que uma carcaça vá parar dentro do manguezal. É um filhotão que deve ter tentado fazer sua primeira migração e por algum motivo não conseguiu, deve ter se perdido e já chegou ali morto”, afirma.

O fato da baleia ter sido encontrada nessa época do ano, entretanto, ainda intriga os cientistas. “Ainda não sabemos ao certo como ela veio parar aqui, mas acreditamos que a criatura estava flutuando perto da costa e da maré, que tem sido considerável os últimos dias, e foi pega e jogada para o interior do mangue. Além dessa façanha surpreendente, ficamos perplexos com o que uma baleia jubarte está fazendo na costa norte do Brasil em fevereiro, porque essa é uma ocorrência muito incomum”, sugere a pesquisadora de vida marinha Renata Amin, presidente do Instituto Bicho D’Água, em entrevista ao jornal O Liberal, do estado do Pará.

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A Secretaria Municipal de Saúde, Saneamento e Meio Ambiente (SEMMA) está investigando por que o mamífero estava tão distante de seu habitat natural nesta época do ano. Durante o inverno na Antártida, baleias jubarte migram para o norte e costumam ser vistas na costa do nordeste brasileiro, mas dificilmente vão até o norte do país. “Acreditamos que este é um filhote que pode ter viajado com sua mãe e provavelmente se perdeu ou se separou durante o ciclo migratório entre os dois continentes”, disse Emin.

Dirlene Silva, porta-voz da SEMMA, afirmou à imprensa que a baleia foi encontrada quando abutres foram avistados sobrevoando a carcaça. Uma autópsia para determinar a causa da morte da baleia deve demorar 10 dias. “Dependendo do estado de decomposição, algumas informações que poderíamos ter e avaliar no local se perdem. Estamos colhendo todas as informações, identificando marcas no corpo, se ficou preso em rede, se bateu em embarcação. Vamos abrir a carcaça do animal, coletar amostras de músculos, parasitas. Algumas análises são enviadas para o laboratório da UFPA em Castanhal”, explica Amin em entrevista ao portal G1.

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Esta não é a primeira vez que uma baleia foi encontrada na floresta amazônica. Em 2007, uma baleia minke com mais de 5 metros foi encontrada encalhada em um banco de areia ao largo do rio Tapajós, afluente do Amazonas, a cerca de 1.000 km do Oceano Atlântico. Depois de permanecer cerca de dois meses no rio, o animal também não sobreviveu. [Science Alert, Newsweek, O Estado de S. Paulo, G1]

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