Um estudo publicado em outubro de 2016 na revista Publications of the Astronomical Society of the Pacific observa a detecção de estranhas luzes pulsantes que vêm de 234 estrelas entre as 2.5 milhões delas analisadas por enorme telescópio em New México.
Os autores, Ermanno Borra e Eric Trottier, da Universidade Laval de Quebec (Canadá), afirmam que os pulsos são compatíveis com um estudo publicado em 2012 pelo próprio Borra que previa como alienígenas inteligentes se comunicariam com a Terra.
“Descobrimos que esses sinais detectados têm exatamente o formato que foi previsto na última publicação, e consequentemente em acordo com a hipótese”, afirmaram os autores no artigo.
Os próprios autores admitem que mais trabalhos devem analisar os sinais de luz antes de qualquer conclusão mais sólida, enquanto outros pesquisadores simplesmente não concordam com as conclusões apresentadas no artigo.
Seth Shostak, astrônomo do Instituto de Busca por Inteligência Extraterrestre, na Califórnia, argumenta que seria muito improvável que 234 diferentes sociedades alienígenas enviariam mensagens semelhantes simultaneamente. “Se eu fosse o tipo de gente que aposta, apostaria que este resultado é uma consequência da maneira como eles processaram os dados”, diz Shostak.
Ele também afirma que conhece outros seis críticos científicos que recomendaram que o artigo não fosse publicado na revista, pelo menos sem antes passar por revisões significativas. No entanto, ele faz questão de lembrar que a revista tem boa reputação com suas publicações.
Os astrônomos que trabalham no projeto de US$100 milhões, Breakthrough Listen, também se dizem céticos. “Há uma escala de 0 a 10 para qualificar detecções de fenômenos que possam indicar a existência de vida avançada além da Terra, chamada ‘Escala Rio’”, dizem membros do projeto da Universidade da Califórnia de Berkerley (BSRC). “A equipe da BSCR classifica o resultado Borra-Trottier como 0 ou 1 (insignificante) nessa escala”, diz nota do grupo.
Mesmo sem provar nada sobre vida alienígena inteligente, o artigo pode ser um bom ponto de partida para analisar o que causa a pulsação vinda dessas estrelas. Os pesquisadores da BSCR pretendem estudar várias das estrelas assinaladas pelos pesquisadores canadenses. [Space.com]