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Movimentos sincronizados podem levar as pessoas a fazer o que não querem

Sejam casais deslizando por um salão ou soldados marchando em conjunto em um desfile, segundo um novo estudo, esses tipos de movimentos síncronos podem levar a uma espécie de harmonia mental inconsciente.

Isso significa que há algo no movimento em sincronia que nos faz sentir conectados com os outros, e nos leva a querer pensar da maneira que eles pensam.

O autor dos novos estudos é Scott Wiltermuth, professor de gestão e organização na Escola de Negócios Marshall, da University of Southern California, nos EUA.

Segundo o pesquisador, enquanto isso pode inicialmente parecer uma coisa boa, a conexão mental pode ter um lado ruim, pois pode substituir nossas inclinações naturais e nosso julgamento inicial. Também ficamos mais propensos a seguir ordens.

Em um dos novos estudos, Wiltermuth pediu a 70 estudantes universitários voluntários que andassem atrás de um pesquisador – eles poderiam seguir o pesquisador passo a passo, ou completamente fora de sincronia, ou em qualquer ritmo que se sentissem mais confortáveis.

Depois de sua rotação em torno do campus, os alunos receberam questionários que lhes pediam para classificar em uma escala de 7 pontos quão perto eles se sentiram do experimentador, o quanto eles gostaram do experimentador, e se eles se sentiram similares ao experimentador.

Com certeza, aqueles que caminharam em sincronia com o pesquisador se viam como mais parecidos com ele do que os que andaram propositalmente fora de ritmo ou em qualquer ritmo que quisessem. Os voluntários que caminharam em sincronia também se sentiram mais próximos do experimentador.

Na segunda parte do estudo, os voluntários foram convidados pelo experimentador para usar uma máquina intitulada “máquina de extermínio” para matar alguns insetos. No final, os voluntários que tinham andado em sincronia com o experimentador “mataram” mais insetos (nenhum bicho foi prejudicado no experimento – havia um alçapão que os mantinha em segurança).

No segundo estudo, 156 voluntários foram divididos em equipes de três e treinados para mover copos de plástico em uma sequencia específica em um ritmo de uma música.

Em alguns grupos a música era a mesma, o que levou as equipes a se moverem em sincronia. Em outros grupos a música era diferente, liderando equipes para mover seus copos fora de sincronia.

Quando cada grupo terminou, foram informados de que poderiam escolher a música que o próximo grupo iria ouvir.

As equipes que se moveram em sincronia mais uma vez se sentiram mais próximas entre elas, e estavam mais propensas a escolher que o próximo grupo ouvisse uma música desagradável a pedido de um colega (que passou a ser um experimentador).

E o que podemos fazer para evitar esses aspectos sinistros dos movimentos em sincronia? Wiltermuth acredita que nada pode ser feito, a não ser ter consciência desses efeitos. “Tal atividade sincronizada poderia nos levar a fazer coisas que não queremos. Devemos ficar espertos”, adverte. [MSN, Foto]

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