Não há dúvidas de que as mulheres conquistam cada vez mais posições e prestígios em uma sociedade que caminha para a igualdade, mas quando se trata de pegar duro no batente e fazer uma bela faxina, não há muita divisão; elas continuam sendo maioria.
Uma nova análise de 10 anos de pesquisa sobre gênero e trabalho doméstico aponta que elas ainda são as principais responsáveis por cuidar da casa. Não que o cenário não tenha melhorado desde 1965, quando as mulheres casadas faziam 30 horas de trabalhos domésticos por semana, e os homens apenas 4,9 horas.
As estimativas sobre o tempo gasto fazendo tarefas domésticas diferem de acordo com a definição de cada cientista de “serviço doméstico”. Segundo pesquisas, a contribuição doméstica masculina estabilizou na década de 1990. Um estudo de 2007 mostrou que os homens passaram a ajudar mais, e reduziram a sobrecarga das mulheres a uma média de 13,2 horas por semana. Vários outros estudos mostram, no entanto, que as mulheres ainda fazem cerca de dois terços do trabalho doméstico.
Outros estudos têm mostrado que o casamento aumenta o serviço doméstico para as mulheres e reduz para os homens. Mesmo as famílias em que ambos trabalham priorizam a carreira do marido, em parte por causa das demandas de trabalho doméstico e as expectativas quanto ao papel de cada gênero.
Muitos pesquisadores se concentraram em características individuais para explicar a diferença de serviço doméstico. Essas características incluem a quantidade de dinheiro que cada parceiro ganha, o tempo que cada um gasta trabalhando fora do lar, bem como suas atitudes individuais quanto ao papel de cada gênero.
Já estudos mais recentes pesquisaram essa relação em nível nacional, a partir de políticas públicas. Os estudos constataram que em países em que os gêneros são mais igualitários, como Canadá, Suécia e Estados Unidos, os casais dividem as tarefas domésticas mais uniformemente. Em países como Itália, Japão e Chile, nos quais os papéis de gênero são mais tradicionais, as mulheres fazem cerca de duas vezes mais trabalho doméstico do que as mulheres de países igualitários.
Os resultados de pesquisas sobre políticas individuais são mais inconsistentes. Licenças remuneradas para os pais fazem com que eles ajudem mais em casa, mas creche financiada pelo Estado não parece aliviar a carga de trabalho doméstico das mulheres. Os pesquisadores acreditam que as políticas sociais podem ser prejudicadas por locais de trabalho cada vez mais competitivos.
Mas ainda há uma notícia boa. Outra descoberta foi que, em países onde o papel dos gêneros é mais igualitário, até os homens solteiros fazem mais tarefas domésticas. [LiveScience]