E se ao invés de mostrar a quantidade de calorias, os rótulos dissessem a quantifade de exercícios necessários para queimar aquele refrigerante super adoçado?
Uma nova pesquisa sugere que esse método talvez seja mais efetivo no controle de alimentos prejudiciais para a saúde.
Os pesquisadores observaram adolescentes que compravam produtos em West Batilmore, onde bebidas doces eram ofertadas com o número de calorias, o percentual que o alimento representa no consumo recomendado diário ou com o tempo necessário correndo para perdê-las. A medida que mais diminuiu o consumo foi a última.
“No geral, as pessoas são muito ruins em estimar a quantidade de calorias que consomem”, afirma a pesquisadora do estudo, Sara Bleich. “Se nós damos formas fáceis delas analisarem isso, penso que podemos ser efetivos em reduzir as calorias das compras”.
Após colocar os avisos em lojas perto de escolas, os pesquisadores observaram os jovens e monitoraram seu consumo em comparação com a época sem os avisos.
Cerca de 90 bebidas eram compradas diariamente em cada loja, e o número caiu conforme o tempo. As vendas de refrigerantes, que representavam mais da metade, baixaram pouco, assim como chás gelados e isotônicos. Entretanto, as vendas de bebidas sem açúcar aumentaram, especialmente as de água, passando de cinco para dez por dia, na média.
Os três tipos de estratégia funcionaram, mas a que convertia as calorias em exercícios foi a melhor.
Os pesquisadores calcularam o tempo de exercício tendo como ideia um adolescente de 50 quilogramas, e o esporte escolhido foi a corrida porque a maioria das pessoas não gosta. De acordo com Bleich, o tempo de exercício varia para cada pessoa. Por exemplo, uma com 50 quilogramas precisa de 50 minutos correndo para queimar uma garrafa de 600 ml de refrigerante, enquanto uma de 70 precisa de 40 minutos.
Algumas lojas escolheram não participar; as razões incluíam barreira de linguagem e medo de perder clientela. Bleich afirma que a questão das vendas talvez seja um obstáculo, mas o estudo comprovou um aumento no número de garrafas de água vendidas.
Se os resultados forem melhor comprovados, o estudo pode ter um impacto muito grande. “Foi um estudo muito interessante, e penso que a maioria dos americanos ficaria surpresa em saber que é necessário 50 minutos de corrida para queimar uma garrafa de refrigerante, que é basicamente uma bebida sem valor nutricional”, afirma Julie Greenstein, diretora de um grupo americano de nutrição e saúde.
Enquanto esse estudo foi realizado com jovens afrodescendentes, Bleich afirma que estudos futuros podem ser ainda mais efetivos em outras demografias.
“Meu senso diz que se fizermos esse estudo com um grupo onde a nutrição e o exercício talvez sejam mais importantes, o efeito pode ser maior”, comenta. “Se você tem mais interesse em mudar seu comportamento, também deve prestar mais atenção nesse tipo de informação”.[LiveScience]