Novos nanorobôs, feitos de DNA, podem transportas uma carga mortal precisa a células cancerosas.
Os pequenos robôs trazem mais esperança para o tão esperado sonho da nanotecnologia, da robótica em miniatura que possa matar as células de doenças, uma por uma.
“As pessoas já sabem do uso de anticorpos para matar células”, afirma Shawn Douglas, do Instituto Médico de Harvard, que desenvolve materiais e equipamentos médicos inspirados na biologia. “A seleção dos alvos, isso é a novidade”.
Douglas e o colega Ido Bachelet, pesquisador genético, fizeram os novos nanorobôs de DNA em Harvard, com o professor de genética, George M. Church, conhecido por ajudar a lançar o projeto Genoma.
No começo, Bachelet e Douglas imaginaram se poderiam combinar seus respectivos conhecimentos em imunologia e construção de nanoestruturas para construir um robô que imitaria o sistema imunológico do corpo. Ele reconheceria as células infectadas e apertaria seus botões de autodestruição.
Entre as invenções antigas estão um cubo em nanoescala com uma tampa, lançado em 2009, que se montava em um processo chamado de “origami de DNA”. Quando você adicionava fitas de DNA, o cubo se abria. Mas Douglas percebeu que fazer com que a invenção chegasse até as células certas seria muito complicado, assim como criar os mecanismos necessários para entrar e reprogramar as células ruins.
Então Bachelet sugeriu que eles não precisavam reprogramar nada. Só precisavam fazer com que a estrutura conseguisse levar os anticorpos certos para a superfície celular com uma mensagem: “pare de se dividir”.
O nanorobô é construído com DNA, em um formato de concha pequena. Ele é desenvolvida para reconhecer certos tipos de células cancerosas. Quando encontra uma, o robô se abre e expõe a carga de anticorpos.
Apesar dos robôs funcionarem em experimentos, eles precisam ser desenvolvidos para viajar através da corrente sanguínea. Modificações são necessárias para prevenir que a partícula seja destruída pelos rins ou fígado antes de ter a chance de atuar.
“Meu sonho é que um desses dispositivos consiga passar pelos testes clínicos e se torne uma terapia real para algum tipo de câncer”, afirma Douglas.
Kurt Gothelf foi um dos que desenvolveu o cubo de DNA, em 2009. “Isso é uma das coisas que precisamos nesse campo científico, algo realmente útil”, comenta. Apesar do nanocubo não estar curando canceres, ele é um importante marco nesse caminho.
“As pessoas têm falado muito sobre robôs que entram no corpo, vão até um local com algo errado e o curam”, comenta Gothelf. “Isso é o primeiro exemplo de que isso pode se tornar real, um dia”.
No laboratório, o nanorobô conseguiu, com sucesso, quebrar células de linfoma e leucemia, deixando as células boas vivas. Fazer apenas uma dessas ações exige 100 bilhões de cópias do robô. Para começar a testar com animais, os pesquisadores de Harvard vão ter que criar um método para chegar aos trilhões. [MSN]