A NASA resfriou uma nuvem de átomos de rubídio a 0.000001 grau acima do zero absoluto, produzindo o quinto estado exótico da matéria no espaço: o condensado de Bose-Einstein.
O experimento detém o recorde de objeto mais frio já registrado no espaço. Aqui na Terra, o recorde pertence a um laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA).
O experimento
O Cold Atom Lab (CAL) é uma máquina de física quântica compacta construída para funcionar na Estação Espacial Internacional (EEI), lançada em maio.
De acordo com uma declaração da NASA, o dispositivo produziu seus primeiros condensados de Bose-Einstein, estranhos aglomerados de átomos que os cientistas usam para observar efeitos quânticos em grandes escalas.
“Normalmente, experimentos com o condensado envolvem muitos equipamentos – o suficiente para encher uma sala – e monitoramento constante pelos cientistas, enquanto o CAL tem aproximadamente o tamanho de uma geladeira pequena e pode ser operado remotamente da Terra”, explica Robert Shotwell, líder do experimento no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em um comunicado.
A vantagem espacial
Um condensado de Bose-Einstein em condições normais já é um objeto fascinante; em temperaturas superbaixas, as fronteiras dos átomos se misturam, e efeitos quânticos geralmente invisíveis se desenrolam de maneiras que os cientistas podem observar diretamente.
No entanto, resfriar nuvens de átomos a temperaturas ultrabaixas exige suspendê-las usando ímãs ou lasers. Isso, por sua vez, atrapalha as observações. Quando os pesquisadores interrompem a suspensão, os condensados se dissipam.
Na microgravidade da EEI, contudo, as coisas funcionam de maneira um pouco diferente. O CAL pode formar um condensado de Bose-Einstein e libertá-lo. Em seguida, os cientistas têm um tempo significativamente mais longo para observá-lo antes que ele se dissipe: cerca de 5 ou 10 segundos.
Essa vantagem permite que a NASA crie condensados muito mais frios do que na Terra, levando-se em conta que eles resfriam ainda mais conforme expandem para fora do CAL, e continuam resfriando até se dissiparem. [LiveScience]