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É oficial: a NASA acaba de anunciar 1.284 novos exoplanetas

A NASA fez um anúncio-surpresa envolvendo a sonda Kepler na tarde desta terça-feira (10), deixando muitos na expectativa da descoberta de um planeta muito parecido com a Terra.

Timothy Morton, da universidade de Princeton (EUA), abriu o evento dizendo que 1.284 novos exoplanetas foram confirmados pela sonda Kepler. “Este é o maior número de exoplanetas anunciados de uma vez só”, aponta ele. Só para comparar, antes de Kepler, 15 anos de trabalho renderam a confirmação de apenas 200 exoplanetas. “É como se jogássemos pedaços de pão no chão. Antes podíamos pegar apenas os pedaços grandes, com o Kepler podemos pegar as migalhas”, comparou ele.


Análise feita com base no catálogo do Kepler de 2015 identificou 4.302 planetas em potencial. Para 1.284 deles, a chance de serem um planeta é maior que 99%. Outros 1.327 candidatos têm grande chance de serem planetas. 707 têm mais probabilidade de serem outro fenômeno astrofísico. Os 984 planetas anteriormente classificados como planetas tiveram essa classificação confirmada.

A sonda está apontada para a mesma seção do espaço há quatro anos, e consegue perceber a presença de planetas orbitando uma estrela pela diferença de luz captada quando o planeta passa entre ela e a sonda. As únicas informações captadas por Kepler são o período orbital e o tamanho do planeta. Assim é possível saber quanta energia ele recebe da estrela e onde ele ficaria em um gráfico que inclui uma “zona de habitabilidade”, onde é possível ter vida.

Atenção para os exoplanetas 1638b e 1229b, que são parecidos com a Terra (clique na imagem)

A cientista da missão Kepler, Natalie Batalha, diz que os planetas que estão dentro ou próximos da zona de habitabilidade estão na “calçada da fama”, já que há poucos deles. 12 já haviam sido confirmados antes, e agora as informações coletadas por Kepler colocam mais nove deles nesta zona especial.

“Dois deles que são muito interessantes são o 1638b e 1229b, com tamanho de até 1,6 vezes o da Terra”, aponta Natalie. “O 1638b é 60% maior que a Terra e está perto de um sol um pouco mais quente que o nosso”.

Com os cálculos desenvolvidos por Morton, é possível estimar quantos planetas existem na galáxia inteira, tirando dessa conta os “impostores”, como as estrelas anãs. Natalie coloca essa ideia em perspectiva: “não podemos contar com os pintinhos antes deles saírem dos ovos. Mas a descoberta de Tim nos permite isso”.

“Quando me perguntam quantos planetas com habitabilidade acredito que existem na galáxia toda, digo que há dezenas de bilhões de planetas em potencial”, diz ela.

Ela frisa que o objetivo da missão Kepler, que já se aproxima do fim, é apenas recolher dados sobre o número de planetas e seus tamanhos. Outras missões como TESS ou Wfirst devem continuar a investigação para obter mais detalhes como composição ou idade dos planetas nos próximos anos.

“A diferença entre o Kepler e o TESS é que o Kepler olhou para um ponto no espaço por quatro anos, enquanto TESS vai olhar para diferentes seções a cada 30 dias. O TESS não consegue detectar planetas que não têm uma fonte de luz atrás deles”, explica Paul Hertz, diretor da Divisão de Astrofísica da NASA.

Já Charlie Sobeck, administrador das missões Kepler e K2 adianta que os dados coletados nestes últimos quatro anos serão utilizados por pesquisadores por várias décadas. Ele lembra que ainda há pouco mais de um ano até a missão ser encerrada. [NASA]

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