Um fenômeno nunca observado antes foi documentado pela NASA: os cientistas viram um exército de bolas de neve, algumas tão grandes quanto bolas de basquete, voando do cometa Hartley 2.
Em 4 de novembro, uma sonda da NASA passou perto do cometa Hartley 2, a uma distância de 700 km. As primeiras imagens lançadas a partir do sobrevôo mostraram jatos de poeira que poderiam ser seguidos por todo o caminho do cometa, algo que não tinha sido possível ver nos quatro outros cometas anteriormente visitados pelas espaçonaves.
A equipe disse que os jatos pareciam ser alimentados pela vaporização de dióxido de carbono congelado, também conhecido como gelo seco.
Durante o sobrevôo, nove grãos de poeira aparentemente atingiram a sonda, causando pequenas mudanças inesperadas em sua orientação. A equipe estima que cada partícula tinha uma massa não maior que 0,2 miligramas, pois nenhuma era grande o suficiente para danificar a nave.
As primeiras imagens do vôo, tomadas pela câmera da sonda de alta resolução, mostram uma nuvem de bolas de neve, que variam em tamanho de bolas de golfe para bolas de basquete, em torno do núcleo sólido do cometa.
Os cientistas afirmaram que parece que o núcleo tem uma legião de mini-cometas em torno dele. Algumas das imagens foram unidas para fazer filmes. As bolas de neve podem ser vistas se movendo em relação às estrelas de fundo. A equipe da missão também criou modelos 3D da nuvem de bolas de neve, combinando imagens de ângulos ligeiramente diferentes.
As medições feitas com um espectrômetro infravermelho da nave espacial sugerem que os objetos não são blocos sólidos de gelo. Em vez disso, são aglomerados porosos de grânulos de gelo microscópicos, ou agregados “fofos” de pequenos pedaços de gelo, como flocos de neve enormes.
O cometa Hartley 2 também parece ser mais rico em gelo seco do que os outros cometas observados até agora. A diferença na composição pode ser devido ao fato de que os cometas nasceram em diferentes lugares do sistema solar.
As novas informações podem esclarecer como os planetas se formaram. Segundo os cientistas, as descobertas podem ajudá-los a entender como as coisas se misturavam no início do sistema solar, quando os planetas estavam sendo feitos. [NewScientist]