Nos Estados Unidos, empresas produtoras de sementes geneticamente modificadas estão sendo investigadas por práticas anticompetitivas. Isso pode mudar a opinião dos agricultores, que apesar de reclamarem que elas estão ficando muito caras e que podem contaminar as culturas convencionais, continuam as usando.
As sementes geneticamente modificadas são principalmente usadas pelos agricultores porque plantações transgênicas, como milho, contêm genes que lhes permitem “fabricar” seu próprio inseticida. Isso significa que os agricultores não têm de gastar tempo e dinheiro matando insetos. A maioria dos agricultores também acredita que o rendimento de sementes de culturas transgênicas seja maior.
Infelizmente, as empresas de biotecnologia, como a Monsanto, estão criando um monopólio no negócio de sementes. Hoje, é até difícil encontrar sementes tradicionais no mercado, porque a maioria dos “melhoramentos das culturas” produzidos por cruzamento convencional de plantas só são vendidos junto à biotecnologia.
Porém, um estudo de 2009 concluiu que o aumento de rendimento das culturas vem principalmente da criação de plantas convencionais. Segundo os pesquisadores, a biotecnologia é muito sensacionalista, e a reprodução convencional supera a engenharia genética. Até mesmo as empresas de biotecnologia afirmam que a maior parte do aumento da produtividade das culturas é devido ao melhoramento genético tradicional. Sementes convencionais produzem tanto quanto as transgênicas.
E os fazendeiros têm notado isso. Com o aumento dos custos e da resistência aos herbicidas, as sementes transgênicas têm se tornado menos favoráveis. Por exemplo, ano passado, o preço das sementes de soja geneticamente modificadas cresceu 24%, e o preço das sementes de milho 32%. Isso indica uma prática anticompetitiva da Monsanto, que está sendo investigada. Segundo os agricultores, não há competição para a empresa, que sobe os preços sem parar.
As plantações de transgênicos também estão ficando mais resistentes a herbicidas, o que tem se tornado um problema principalmente nos campos de algodão do sul dos Estados Unidos, onde culturas estão afetando milhares de hectares. E a situação pode se espalhar para outras regiões.
Ou seja, os agricultores têm percebido que as culturas transgênicas reduziram o valor das suas culturas tradicionais, graças à contaminação genética. Se há sementes convencionais vizinhas a plantações modificadas, o pólen voa. Fazendeiros já tiveram que vender plantações convencionais por preços muito mais baixos devido à contaminação genética.
Apesar de sementes transgênicas ainda serem usadas mais do que as convencionais, essa situação está mudando lentamente. Segundo as últimas estatísticas, a quantidade de propriedades que utilizaram sementes transgênicas aumentou apenas 1% no ano passado, o menor aumento desde 2001. E em algumas regiões, o número de culturas transgênicas tem diminuído. [DailyTech]