Segundo uma nova pesquisa, os líderes fisicamente mais formidáveis (mais altos) se saem melhor nas pesquisas, pois é uma maneira que encontramos de garantir a sobrevivência da história da humanidade antiga.
Sendo assim, Barack Obama, no alto dos seus 1,86 metros, elevou-se acima da concorrência nas eleições americanas passadas, mas pode encontrar concorrentes em Rick Perry, também com 1,86, ou Mitt Romney, 1,89, ano que vem.
“Alguns traços e instintos que podem ter sido adquiridos através da evolução continuam a manifestar-se na vida moderna, aparentemente irracionais”, explica o professor Gregg Murray.
Por comparação, ele citou o medo quase universal de cobras e uma preferência por alimentos gordurosos insalubres. O primeiro provavelmente evoluiu a partir de quando as cobras eram uma ameaça comum, e o segundo, de quando o consumo calórico era incerto. “Acreditamos que traços similares existam na política”, afirmou.
Os pesquisadores resolveram realizar o estudo após observarem que os candidatos mais altos ganharam 58% das eleições presidenciais dos EUA entre 1789 e 2008, em uma tendência chamada de “índice de altura presidencial”.
Os cientistas usaram os conceitos de “homem grande” na liderança tribal das sociedades antigas, e de impacto do estado físico em posição e status no reino animal.
Em seguida, os pesquisadores analisaram cerca de 500 estudantes de universidades públicas e privadas para entender suas atitudes em relação à estatura dos líderes, fazendo com que eles descrevessem e desenhassem uma figura de um “cidadão comum” e de um “líder ideal nacional” e, em seguida, comparando as figuras. 64% dos alunos considerou o líder ideal mais alto do que o membro do público.
Em um segundo teste, os alunos foram interrogados sobre os atributos de liderança própria para estabelecer como a altura influencia as percepções pessoais de liderança política e de atributos. Eles descobriram que houve uma associação significativa entre a altura e capacidade de liderança percebida e interesse em se candidatar a um cargo político.
“Acreditamos que esta pesquisa se estende além de simplesmente criar uma associação entre estatura física e liderança, oferecendo uma base teórica para este fenômeno”, argumenta o coautor do estudo, David Schmitz.
“Cultura e meio ambiente por si só não podem explicar como uma preferência para os líderes mais altos é uma característica universal que vemos hoje em diferentes culturas, bem como nas sociedades antigas, que vão desde os maias a pré-clássicos gregos, e até mesmo animais”, completa.
“Nossa pesquisa demonstra que há uma preferência para os líderes fisicamente mais formidáveis, e isso provavelmente reflete um traço evolutivo psicológico, independente de qualquer condicionamento cultural”, conclui Murray.[Telegraph]