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Nosso kit detector de baboseira – Parte 1

Mar de Informação

Vivemos rodeados por um mar de informação e muitas dessas chegam até nós, seja pela TV, rádio, jornais, internet, etc trazendo muita bobagem.

Vide redes sociais ou spams que divulgam um monte de baboseiras. Será que somos tão crédulos assim a ponto de divulgar boataria sem nenhum fundamento e que servem apenas aos interesses de quem criou esses boatos?

Novamente cabe a questão: como separar o joio do trigo?

Inspirado nos trabalhos de Carl Sagan e no vídeo de Michael Shermer produzido pela RDF TV trazemos nosso kit detector de baboseira, para que nosso leitor possa utilizá-lo primeiro como uma espécie de radar para que bipe no estilo “baboseira à vista”.

Numa segunda estância possa atuar como filtro, impedindo que notícias alarmistas ou difamatórias perturbe a nossa paz interior.

E numa terceira instância nos impeça de fazer papel de bobo e compartilhar essa informação nas redes sociais.

E compartilhar baboseira como se fosse verdade — além de depor contra nossa imagem pessoal — pode servir, ainda, de auxílio a interesses espúrios.

Vamos pensar?

Então, antes de compartilharmos ou nos indignarmos com uma informação vamos nos fazer as seguintes perguntas?

 1. Quão confiável é a fonte da informação?

Existem no mundo muitas pessoas malucas, ingênuas ou mal-intencionadas que podem emitir pareceres falsos por diversos motivos que não sejam a simples busca pela verdade.

Então é preciso checar primeiro a idoneidade da fonte.

É como comprar carro usado. Antes de olhar o carro devemos primeiro olhar o vendedor.

Em ambos os casos a chance de evitar aborrecimentos é muito grande.

2.A fonte da informação emite frequentemente pareceres similares?

Ou em outras palavras: a notícia é tendenciosa?

Por exemplo:

É fácil observar que existem veículos de comunicação, uma revista por exemplo, que sempre ataca o governo e muitas vezes omite ou distorce os fatos para atender a sua agenda.

Também a recíproca é verdadeira — existem aqueles meios de comunicação que se especializam em defender o governo.

Logo, em ambos os casos, as chances de se ler uma notícia isenta são bem menores, ou não?

Também devemos ter cuidado com a repetição constante “ad nauseam” do mesmo tipo de notícia.

Tal abordagem é consoante a do chefe da propaganda nazista Joseph Goebbels. Ele defendia que a repetição de uma mentira mil vezes é capaz de transformá-la numa “verdade”.

É fácil constatar que essa prática, infelizmente, prossegue pelo tempo cada vez mais atual.

Outro exemplo:

Pessoas com concepções espiritualistas ou cultoras de crenças que admitam o pensamento mágico estão mais inclinadas naturalmente a acreditarem em fantasmas, assombrações e em outros eventos sobrenaturais.

Daí que muitos charlatões se aproveitam disso para vender a sua cura mágica, seu método de exorcismo, sua fórmula de enriquecimento, etc.

Nas palavras de Carl Sagan:

“Devemos manter a mente aberta, mas não tão aberta a ponto do cérebro cair”.

3.A informação é confirmada por outras fontes?

Hoje, com o advento da internet é muito mais fácil buscar a confirmação antes, de por exemplo, compartilhar nas redes sociais baboseiras difamatórias, pseudocientíficas e/ou alarmistas.

Com isso, repito, se evita fazer papel de bobo e denigrir a própria imagem divulgando bobagens como se fossem verdade.

A coisa piora quando passamos a colaborar inconscientemente com a propagação da maldade.

Muito cuidado com discursos inflamados e propagadores de ódio. A chance de serem verdadeiros acaba sendo mínima por valer-se do uso das baixas paixões que notadamente nubla a razão.

4.Tal informação se encaixa na forma como o mundo funciona?

Como vimos no item acima nosso alarme para baboseira deve soar frente a notícias difamatórias, terríveis e/ou pseudocientíficas.

O mesmo vale para notícias muito extraordinárias, maravilhosas e sensacionais que subvertam ou desrespeitem as leis naturais, tais como dinheiro fácil, poderes e dons  mágicos, ervas medicinais milagrosas, amuletos poderosos, etc.

É assim que o mundo funciona? Eis a questão medular.

5.Alguém tentou confrontar tal informação?

Quando frente a essas notícias apontadas nos itens 3 e 4, ou ainda fundamentadas em discursos de ódio à determinada corrente política, científica, religiosa, social, etc. cabe essa questão determinante: existe outra maneira de explicar isso?

Quem sabe a notícia tão terrível ou tão maravilhosa possa ser explicada pela simples constatação de que essa notícia não é verdadeira;  e de que tal baboseira está a serviço de algum interesse político, econômico, etc ou sendo guiado pelo preconceito e pelas baixas paixões.

Vamos pensar?

Enquanto isso, caro leitor, caríssima leitora, quais critérios você usa na detecção das baboseiras diárias a que está sujeito?

Brinde-nos com sua experiência.

Na próxima semana apresentaremos a conclusão desse artigo. Não perca!

Artigo de Mustafá Ali Kanso 

 

[Fontes: O Mundo Assombrado pelos Demônios de Carl Sagan e o video de Michael Shermer: Baloney Detection Kit]

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[Leia os outros artigos  de Mustafá Ali Kanso  publicado semanalmente aqui no Hypescience. Comente também no FACEBOOK – Mustafá Ibn Ali Kanso ]

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LEIA A SINOPSE DO LIVRO A COR DA TEMPESTADE DE Mustafá Ali Kanso

[O LIVRO ENCONTRA-SE À VENDA NAS LIVRARIAS CURITIBA E SPACE CASTLE BOOKSTORE].

Ciência, ficção científica, valores morais, história e uma dose generosa de romantismo – eis a receita de sucesso de A Cor da Tempestade.

Trata-se de uma coletânea de contos do escritor e professor paranaense Mustafá Ali Kanso (premiado em 2004 com o primeiro lugar pelo conto “Propriedade Intelectual” e o sexto lugar pelo conto “A Teoria” (Singularis Verita) no II Concurso Nacional de Contos promovido pela revista Scarium).

Publicado em 2011 pela Editora Multifoco, A Cor da Tempestade já está em sua 2ª edição – tendo sido a obra mais vendida no MEGACON 2014 (encontro da comunidade nerd, geek, otaku, de ficção científica, fantasia e terror fantástico) ocorrido em 5 de julho, na cidade de Curitiba.

Entre os contos publicados nessa coletânea destacam-se: “Herdeiro dos Ventos” e “Uma carta para Guinevere” que juntamente com obras de Clarice Lispector foram, em 2010, tópicos de abordagem literária do tema “Love and its Disorders” no “4th International Congress of Fundamental Psychopathology.”

Prefaciada pelo renomado escritor e cineasta brasileiro André Carneiro, esta obra não é apenas fruto da imaginação fértil do autor, trata-se também de uma mostra do ser humano em suas várias faces; uma viagem que permeia dois mundos surreais e desconhecidos – aquele que há dentro e o que há fora de nós.

Em sua obra, Mustafá Ali Kanso contempla o leitor com uma literatura de linguagem simples e acessível a todos os públicos.

É possível sentir-se como um espectador numa sala reservada, testemunha ocular de algo maravilhoso e até mesmo uma personagem parte do enredo.

A ficção mistura-se com a realidade rotineira de modo que o improvável parece perfeitamente possível.

Ao leitor um conselho: ao abrir as páginas deste livro, esteja atento a todo e qualquer detalhe; você irá se surpreender ao descobrir o significado da cor da tempestade.

[Sinopse escrita por Núrya Ramos  em seu blogue Oráculo de Cassandra]

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