Existe um consenso na comunidade científica de que o universo está em constante expansão. No entanto, as razões exatas por trás deste fenômeno permanecem um mistério. Uma teoria amplamente aceita entre os cientistas é que essa expansão é impulsionada pela energia escura, uma força que, apesar de não ser diretamente observável, é inferida a partir de sua influência sobre outras entidades cósmicas.
Um estudo publicado em dezembro de 2023 no Journal of Cosmology and Astroparticle Physics, realizado por uma equipe da Universidade de Copenhague e do Instituto de Tecnologia de Tóquio, apresentou uma teoria alternativa intrigante. Os pesquisadores propõem que o universo pode estar absorvendo universos paralelos menores, o que resultaria em uma expansão contínua.
Jan Ambjørn, um físico do Instituto Niels Bohr da Universidade de Copenhague e autor principal do estudo, explicou em uma entrevista à LiveScience que essa nova ideia sugere que a expansão acelerada do universo, tradicionalmente atribuída à energia escura, pode ser melhor compreendida como a integração desses chamados universos bebê. Segundo Ambjørn, esse conceito pode se alinhar mais estreitamente com os dados observacionais do que o Modelo Cosmológico Padrão aceito atualmente.
Essa nova perspectiva implica que a expansão do universo pode não depender da energia escura, como se pensava anteriormente. Em vez disso, pode ser o resultado do universo engolindo outros universos, de maneira semelhante a uma entidade cósmica consumindo mundos paralelos.
O estudo se baseia principalmente em teorias matemáticas complexas, mas algumas de suas partes são particularmente interessantes. A LiveScience destaca como ele poderia explicar a expansão rápida que nosso universo experimentou milissegundos após o Big Bang. A explicação convencional envolve um conceito teórico conhecido como “inflaton”. No entanto, esta nova pesquisa sugere uma alternativa: nosso jovem universo pode ter sido absorvido por um universo maior e mais velho, o que explicaria sua expansão rápida.
Os pesquisadores sugerem que esse crescimento imediato e rápido poderia ser resultado da fusão de nosso universo com um universo “pai” maior. Essa teoria poderia eliminar a necessidade do campo hipotético do inflaton.
No entanto, os pesquisadores reconhecem que seu estudo é baseado em teorias matemáticas sem evidências observacionais concretas ou um entendimento abrangente da mecânica envolvida em tais interações cósmicas. Assim, essas ideias permanecem especulativas.
Esta pesquisa serve como um lembrete da nossa compreensão limitada do universo e ilustra que até mesmo as teorias mais proeminentes da astronomia ainda estão sujeitas a questionamentos e explorações.
Essencialmente, o que este estudo traz à tona é uma nova maneira de ver o universo – não como uma entidade isolada, mas como parte de um mosaico cósmico mais amplo onde interações entre universos podem ser um fator fundamental. Se confirmada, essa teoria poderia revolucionar nossa compreensão da cosmologia, abrindo novas possibilidades para a pesquisa científica.
Além disso, ao desafiar o paradigma estabelecido da energia escura, os pesquisadores estão empurrando os limites do conhecimento humano e incentivando a comunidade científica a pensar fora dos modelos convencionais. Essa abordagem inovadora para entender o universo não só enriquece a pesquisa científica atual, mas também inspira futuras gerações de cientistas a explorar as inúmeras incógnitas do cosmos.
Em resumo, este estudo representa um avanço significativo na cosmologia, propondo uma explicação alternativa para a expansão do universo que pode, eventualmente, levar a novas descobertas e uma melhor compreensão do nosso universo e seu lugar no cosmos. [Futurism]