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Nova geração sofre de abstinência quando fica longe de tecnologias

Cientistas descobrem uma nova condição: o Transtorno de Privação de Informação. Na sociedade de hoje, nada parece menos provável, devido à quantidade de informação existente por aí. Mas é justamente onde nasce o problema.

Pesquisadores pediram a voluntários que ficassem longe de todos os e-mails, mensagens de texto, e atualizações de redes sociais como o Facebook e o Twitter, por 24 horas. Eles descobriram que os participantes começaram a desenvolver sintomas geralmente observados em fumantes tentando abandonar o vício.

Alguns dos participantes relataram que se sentiram abstinentes, como se tivessem de largar um hábito como o de drogas pesadas, enquanto outros disseram que foi parecido como estar em dieta.

Segundo os pesquisadores, além de sintomas psicológicos, foram observados sintomas físicos. Tais resultados alimentam as preocupações levantadas por neurologistas e psicólogos sobre o impacto do uso excessivo da internet, jogos de computador e sites de redes sociais nessa geração de adolescentes e adultos jovens.

No experimento, voluntários em 12 universidades de todo o mundo passaram 24 horas sem acesso a computadores, telefones celulares, iPods, rádio, televisão, e até mesmo jornais. Eles foram autorizados a utilizar telefones fixos ou ler livros.

Os participantes tiveram que escrever sobre sua experiência. Os registros mostraram sentimentos inquietos, ansiosos ou isolados. Os pesquisadores sentiram uma dependência muito grande das tecnologias. As pessoas não usam relógios ou despertadores, porque usam seus telefones celulares para acordarem.

Apesar de sentirem falta de seus telefones celulares, e do sentimento de “estar por fora” por não usarem o Facebook, a abstinência que causou maior dificuldade aos participantes foi a de música .

Muitos disseram que o silêncio foi bastante desconfortável e constrangedor. Mas, assim que se acostumaram, os participantes começaram a notar mais coisas ao seu redor, como os pássaros cantando ou o que os seus vizinhos estavam fazendo.

Ou seja, ficar sem as tecnologias causou alguns efeitos bons também. As pessoas desenvolveram mecanismos de “enfrentamento”, e saíram para passear e visitar amigos em vez de sentar na frente de um computador.

Os pesquisadores contam que, nas reflexões sobre o que tinham passado, as pessoas admitiram abertamente que estavam experimentando sintomas de abstinência. Os alunos compararam a experiência a ficar de dieta, parar de fumar e parar de uma vez com um vício. A própria palavra vício foi recorrente.

Algumas pessoas não acharam a experiência difícil. Uma minoria odiou. A maioria teve de esforçar-se no começo, enfrentando esses sintomas, antes de desenvolverem os mecanismos que os ajudaram a se distrair.

A conclusão dos pesquisadores é que, se as pessoas se tornarem um pouco mais conscientes de como usam essa tecnologia, podem controlar o efeito que ela tem sobre eles. Uma sugestão é que todas as pessoas tentem ficar “desligadas” do mundo tecnológico pelo menos uma dia por ano. [Telegraph]

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