Integrantes da escola médica de Harvard, em Boston (Massachussets, EUA), estão desenvolvendo um novo método de animação suspensa. Este é um termo médico, relativamente novo (que até meados da década de 70 ainda era tratado como mera ficção científica), para designar um mecanismo cirúrgico no qual o corpo do paciente é resfriado até que seus sinais vitais quase desapareçam. Em humanos, esse mecanismo jamais foi testado na prática, mas os médicos de Boston afirmam estar prontos para a empreitada.
Tal prática consiste do seguinte: os médicos substituem o sangue do paciente por uma espécie de solução salina, que em pouco tempo reduz drasticamente a temperatura do corpo. O organismo, assim, é congelado ao ponto da hipotermia. Com algumas funções completamente paralisadas por determinado tempo (que pode ser até de algumas horas), os cirurgiões ganham mais tempo para operar, sem falar no menor risco que cada cirurgia representa (esperamos, é claro, que eles não passem a tomar menos cuidado só por causa disso). Um decréscimo de 15° C na temperatura corporal do paciente proporciona mais de 3 horas adicionais para o médico.
Fazendo os cálculos, a temperatura do indivíduo na mesa de cirurgia pode ficar abaixo dos 22° C, temperatura em que o corpo humano dificilmente sobrevive se passar algumas horas assim em condições naturais. Com a animação suspensa, no entanto, os médicos falam que uma morte quase certa será convertida em 90% de chances de sobrevivência. [Daily Tech]