A China está fechando todas as suas fábricas que violam os padrões de emissões de poluição. Já são dezenas de milhares de fábricas fechadas, em um enorme esforço para enfrentar os problemas de poluição catastrófica da nação. As estimativas sugerem que 40% das fábricas da China foram temporariamente fechadas por inspetores de segurança, com responsáveis por mais de 80.000 fábricas tendo que responder a infrações penais por violar os limites de emissões no ano passado.
A campanha de um mês coincide com o anúncio feito nesta semana, durante o Congresso do Partido Comunista, do plano de reduzir a concentração de partículas perigosas (chamadas PM2.5) de 47 microgramas por metro cúbico em 2016 para 35 microgramas até 2035.
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“Será muito difícil atingir o objetivo, e precisamos fazer maiores esforços para alcançá-lo”, afirma o ministro da Proteção Ambiental, Li Ganjie. Os esforços modernos da China para combater a poluição doméstica tiveram início em 2013, quando a nação anunciou 10 medidas para limpar o ar do país, incluindo a redução das emissões de indústrias altamente poluidoras em 30% até o final de 2017.
Para ajudar a atingir seus objetivos, a China aumentou as inspeções em fábricas e usinas elétricas nos últimos dois anos em várias províncias, para garantir que milhares de empresas não violem as leis de emissões.
“Esses inspetores vão às fábricas para inspeções surpresa”, diz o consultor da cadeia de suprimentos Gary Huang, da 80/20 Sourcing. “Eles estão instituindo multas diárias, e às vezes – nos casos realmente graves – aplicação criminal. As pessoas estão sendo colocadas na prisão”.
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As ações – que poderiam trazer consigo o risco de prejudicar o forte crescimento econômico da China, apesar das negativas do governo – não só resultarão em céus mais azuis. Espera-se que, ao reprimir os poluidores, a China também terá água mais limpa e desfrutará de uma vasta gama de benefícios ecológicos – e claro, respirará com mais facilidade.
“Para as áreas que sofreram danos ecológicos, seus líderes e quadros serão responsabilizados”, garante o vice-diretor do Escritório do Grupo Líder Central de Assuntos Financeiros e Econômicos do Partido Comunista, Yang Weimin. “Nosso povo poderá ver estrelas à noite e ouvir pássaros cantar”.
Em invernos anteriores, as autoridades municipais foram instruídas a reforçar os fechamentos por apenas algumas semanas por vez, mas com as metas de 2017 a poucos meses de distância, a China está fechando os poluidores a uma taxa que Li chama de “sem precedentes”.
“Essas campanhas especiais não são únicas. Em vez disso, são uma exploração de mecanismos de longo prazo”, anunciou Li esta semana. “Elas provaram ser eficazes, então vamos continuar com essas medidas”.
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O que isso significa para o setor industrial chinês para além de 2017, ainda não está exatamente claro. Usinas e fábricas de energia ainda estão se ajustando à nova e inquebrável aplicação do regime ambiental e, enquanto milhares de empresas estão enfrentando dificuldades no momento, muitos pensam que a indústria se adaptará com maneiras melhores, mais inteligentes e seguras de fazer negócios que, em última instância, não colocam em risco o ar chinês – ou o planeta como um todo.
“É um grande evento. É um evento sério. Penso que muitos de nós acreditamos que isso se tornará o novo normal”, diz o exportador Michael Crotty, da MKT & Associates, com sede na China. [Science Alert]