Pesquisadores fizeram uma descoberta que faz retornar o relógio da vida a 500 milhões de anos. Através disso, descobriram que um bombardeio de asteróides do tamanho da Irlanda não foi o suficiente para eliminar a vida da Terra 3.9 bilhões de anos atrás, contrariando muitos cientistas.
Isso foi conseguido através de novos modelos computacionais em três dimensões desenvolvidos (simulações) na Universidade do Colorado em Boulder. Os cenários mostram como a crosta da Terra e os micróbios vivendo nela podem ter sobrevivido e prosperarado. Oleg Abramov, um pesquisador na universidade, diz que isso abre possibilidades de que a vida no planeta começou há 4,4 bilhões de anos atrás, junto com a formação dos primeiros oceanos.
Para estudar esse período, Abramov e seu colega Stephen Mojzsis usaram dados de pedras lunares, amostras de meteoritos e superfícies de planetas vizinhos para desenvolver o modelo tridimensional. Desta forma, recriaram a era no computador. Depois de terem o modelo pronto, atingiram a terra com asteróides gigantes. Então, analisaram o impacto na temperatura da Terra na zona geofísica habitável, que representa os primeiros 4 km da crosta do planeta.
A conclusão que Abramov chegou foi de que os impactos teriam eliminado toda a vida na crosta da Terra, mas não do planeta no total. O que os pesquisadores afirmam é que é impossível eliminar toda a vida da zona habitável do planeta com este tipo de bombardeamento. Ele não elimina a possibilidade de que a vida na terra já tenha sido exterminada alguma vez, mas as fontes hidrotermais na superfície da Terra podem ter oferecido santuário para outros micróbio e podem, inclusive, ter sido como uma incubadora de vida. [Reuters]