Em muitos casos da medicina, diagnosticar um paciente é algo complicado porque o médico não sabe exatamente o que há de errado no organismo. Muitas respostas poderiam ser obtidas, por exemplo, se o médico pudesse ouvir com clareza o que se passa dentro do corpo, a nível molecular. Isso pode se tornar realidade com uma nova invenção de cientistas alemães: uma “orelha” supersensível.
O teste que comprovou a eficácia desse dispositivo foi feito em moléculas de ouro. Para que o aparelho pudesse “ouvir” exatamente a atividade de tais partículas de ouro, teve que combinar dois equipamentos básicos: raio laser e um microscópio.
Primeiro, o raio laser passa através da lente de um microscópio, criando um campo elétrico que atrai as partículas para uma espécie de armadilha. Quando as partículas estão capturadas nesse campo, podem ser deslocadas facilmente pelo raio laser (esse mesmo processo é usado em outros experimentos em que é preciso locomover partículas muito pequenas).
No momento em que as partículas estão sob controle do raio laser, um sensor (que seria a “orelha” propriamente dita) é capaz de captar minuciosamente qualquer vibração da nanopartícula em questão. Qualquer movimento da partícula é detectado através do som.
Os cientistas esperam que essa técnica torne possível “ouvir” sons ínfimos, como o de uma cadeia de DNA se desdobrando, moléculas se quebrando ou uma bactéria se locomovendo. Um grande passo nessa direção já foi dado: a técnica para isolar os outros sons ao redor da partícula, e amplificar aquele que interessa, já está desenvolvida. Resta experimentar o dispositivo em organismos vivos. [Telegraph]