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Os 6 melhores experimentos realizados por ônibus espaciais

Um dos maiores legados da NASA, que começou a circular ônibus espaciais em 1981 é, sem dúvidas, a Estação Espacial Internacional, um gigantesco laboratório em órbita que começou a ser construído há treze anos.

Mas antes mesmo da Estação ser instalada e entrar em funcionamento, as missões de ônibus espaciais inovaram com diversas pesquisas que não poderiam ser feitas em terra firme. Aproveitando o ambiente com gravidade mínima, experiências interessantes foram realizadas.

Antes que um ônibus espacial seja lançado pela última vez (a missão STS-135 da NASA a bordo da nave Atlantis terá início no dia 8 de julho), você confere aqui uma contagem regressiva das seis melhores experiências feitas no espaço a bordo de ônibus espaciais nos últimos anos:

1 – Micróbios ainda mais mortais

A bactéria Salmonella é uma fonte comum e às vezes mortal de intoxicação alimentar. Ela já é perigosa na Terra, mas torna-se ainda mais virulenta no espaço. Uma pesquisa feita em 2006 a bordo do Atlantis mostrou que a Salmonella pode se tornar de três a sete vezes mais agressiva em condições de microgravidade.

Os cientistas acreditam que isso acontece porque no espaço essas bactérias se comportam como se estivessem dentro do intestino humano. A descoberta foi um importante passo para a cura da doença. Uma empresa de tecnologia trabalhou com a NASA para conduzir essa investigação e produziu uma vacina contra a Salmonella recentemente, com base no estudo.

2 – Satélites também produzem energia

O Tethered Satellite System (TSS) foi um satélite desenvolvido pela NASA e pela Agência Espacial Italiana. A ideia era mostrar que os satélites presos ao planeta poderiam gerar corrente elétrica à medida que cruzam o campo magnético da Terra. Antes da corda presa ao satélite ter se rompido, ele gerou cerca de 3500 volts e até meio ampere de corrente, de acordo com funcionários da NASA.

3 – Cheirando rosas no espaço

Parece um feito de algum astronauta romântico ou apaixonado: em 1998, uma única rosa foi transportada para o espaço no ônibus espacial Discovery. Mas havia ciência e negócios por trás disso. Uma empresa americana de perfumes queria descobrir como a microgravidade poderia alterar o doce e familiar cheiro das rosas – e descobrir se o experimento poderia terminar em um novo perfume.

O resultado foi bom: a fragrância no espaço foi totalmente diferente da terrestre. Além disso, no espaço, houve menos volatilidade do óleo da planta que produz o odor do que na Terra.

A rosa espacial inspirou um perfume chamado “Zen”e, em 2007, outra rosa foi enviada pelo espaço. Mas a última não foi destinada a um perfume, e sim a uma exposição de rosas na Califórnia.

4 – Cristais de proteína maiores e melhores

Em uma missão ocorrida em 1983, foram realizados pela primeira vez experimentos em um laboratório chamado Spacelab. Das dezenas de estudos realizados no voo de dez dias, um se destacou quase três décadas mais tarde: o cultivo de cristais de proteína no espaço.

Na microgravidade, eles cresceram em tamanho maior e com melhor qualidade. Por terem sua estrutura melhor ordenada, são mais fáceis de serem analisados quando submetidos à raio-X do que na Terra. Os cristais de proteína são fundamentais no desenvolvimento de novos medicamentos. Com os cristais espaciais, é possível a fabricação de remédios mais desenvolvidos no futuro.

5 – Disco de aço inoxidável

Os experimentos realizados pelos ônibus espaciais nos últimos anos incluem várias novidades. Um deles é o Wake Shield Facility (WSF), um disco de aço inoxidável com 3,7 metros de diâmetro. O WSF foi projetado para voar atrás do ônibus espacial durante vários dias. Depois disso, ele foi recolhido novamente.

À medida que disco cruzou o espaço, ele criou um rastro de vácuo que é mil a 10 mil vezes melhor do que o que poderia ser criado na Terra. Na área de vácuo, o WSF foi utilizado para o crescimento de filmes extremamente finos e puros que podem ser aplicados em diversas áreas, como na fabricação de semicondutores e chips de computadores.

6 – Uma experiência inesperada

A missão STS-107 do ônibus espacial Columbia, em 2003, foi dedicado quase exclusivamente às pesquisas científicas. Mas ela terminou de maneira trágica: a nave se desintegrou enquanto ela voltava à atmosfera da Terra e nenhum dos sete astronautas sobreviveu.

Mas nem tudo foram perdas para a ciência. O ônibus espacial transportava dezenas de experimentos, e um deles investigava o crescimento e o comportamento reprodutivo do verme C. elegans no ambiente de microgravidade. Esses vermes, que estavam alojados em caixas especiais, sobreviveram à tragédia e foram recuperados com vida.

Enquanto a sobrevivência dos vermes foi apenas uma parte periférica da história comovente de Columbia, ela ensinou aos cientistas algumas lições sobre como a vida pode se espalhar de diferentes formas em planetas. Essa foi a primeira demonstração de que animais podem sobreviver dentro de um meteorito, já que o acidente com o ônibus espacial foi semelhante a isso. Pequenas criaturas originárias de outro planeta poderiam chegar até nós sem a proteção de capacetes ou de uma nave espacial.[Space]

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