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Os animais mais antigos do mundo presos em âmbar

Quem assistiu Jurassic Park sabe que o âmbar – substância que provém de árvores antigas, de milhões de anos atrás, que elaboravam uma matéria viscosa – é um elemento essencial para se preservar uma espécie intacta. Pelo menos, no filme, foi assim que cientistas conseguiram reproduzir um dinossauro, graças a um inseto que havia se alimentado de um.

Claro que isso é pura ficção. Bom, nem tanto. De fato, existem insetos presos em âmbar que foram perfeitamente preservados por milhões de anos, mas não anos suficientes para alcançar o período Jurássico, que ocorreu entre 200 e 145 milhões de anos atrás.

Até onde os paleontólogos sabem, os insetos só ficaram presos na resina pegajosa até cerca de 130 milhões de anos atrás, quando as árvores começaram a produzir o suficiente para arredá-los.

Agora, dois carrapatos microscópicos e uma mosca chegaram para desafiar essa conclusão.

Isso porque os insetos, de 230 milhões de anos, foram encontrados presos em âmbar. O estudo recente foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Os pesquisadores descobriram as criaturas enquanto faziam um levantamento das formas de vida envoltas em 70.000 gotículas do material, cada uma com apenas milímetros de diâmetro.

O âmbar analisado vem da Formação Heiligkreuz no nordeste da Itália, e contém uma abundância de micro-organismos, tais como bactérias e algas, que, segundo os cientistas, tornam claro que as gotículas se formaram durante o período Triássico, 250 a 200 milhões de anos atrás.

Dentro de três peças de âmbar, os pesquisadores* encontraram três pequenas criaturas: uma mosca da sub-ordem Nematocera, de insetos dípteros, que inclui os mosquitos, caracterizada por antenas longas, e dois ácaros eriofiídeos, os ancestrais dos parasitas de plantas modernas.

Além de ajudar a esclarecer a evolução de insetos e ácaros, os exemplares antigos também podem lançar luz no desenvolvimento da resina. Se árvores de 230 milhões de anos podiam produzir resina o suficiente para capturar estes insetos, isso significa que outras árvores do Triássico tinham essa capacidade? (E que podemos reproduzir dinossauros? Brincadeira).

Não necessariamente. De acordo com os especialistas, os insetos só foram encontrados no âmbar de um único local, então é mais provável que uma mudança incomum – como mudança climática, infestação de ácaros, etc – nessa região tenha estimulado essas árvores em particular a fazer resina extra. [DiscoverMagazine, InfoEscola, IG, io9]

*Participaram do estudo os pesquisadores Alexander R. Schmidta, Saskia Janckeb, Evert E. Lindquistc, Eugenio Ragazzid, Guido Roghie, Paul C. Nascimbenef, Kerstin Schmidtg, Torsten Wapplerh e David A. Grimaldif.

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